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5 de abril de 2011

Um pouco mais da história dos índios e algumas curiosidades

Em 1500, quando os portugueses chegaram ao Brasil, estima-se que havia por aqui cerca de 6 milhões de índios. Passados os tempos de matança, escravismo e catequização forçada. Nos anos 50, segundo o antropólogo Darcy Ribeiro, a população indígena brasileira estava entre 68.000 e 100.000 habitantes. Atualmente há cerca de 280.000 índios no Brasil. Contando os que vivem em centros urbanos, ultrapassam os 300.000. No total, quase 12% do território nacional, pertence aos índios.

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, havia em torno de 1.300 línguas indígenas. Atualmente existem apenas 170. O pior é que cerca de 35% dos 210 povos com culturas diferentes têm menos de 200 pessoas.

SERÁ O FIM DOS ÍNDIOS?

Apesar do "Dia do Índio", que é comemorado no dia 19 de Abril, não tem nada para se comemorar. Algumas tribos indígenas foram quase executadas por inteiro na década de 70 em diante, enquanto estavam fora de seu habitat, quase chegaram à extinção, foram ameaçados por epidemias, diarréia e estradas. Mas hoje, o que parecia impossível está acontecendo: o número de índios no Brasil e na Amazônia está aumentando cada vez mais. A taxa de crescimento da população indígena é de 3,5% ao ano, superando a média nacional, que é de 1,3%.

Em melhores condições de vida, alguns índios recuperaram a sua auto-estima, reintroduziram os antigos rituais e aprenderam novas técnicas, como pescar com anzol. Muitos já voltaram para a mata fechada, com uma grande quantidade de crianças indígenas.

"O fenômeno é semelhante ao baby boom do pós-guerra, em que as populações, depois da matança geral, tendem a recuperar as perdas reproduzindo-se mais rapidamente", diz a antropóloga Marta Azevedo, responsável por uma pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos em População da Universidade de Campinas.

Com terras garantidas e população crescente, pode parecer que a situação dos índios se encontra agora sob controle. Mas não! O maior desafio da atualidade é manter viva sua riqueza cultural.
 
CURIOSIDADES

Nos I Jogos, em Goiânia, GO, em outubro de 1996, não havia ainda um formato para desenvolver o evento. Estabeleceram o critério de "premiação" com entrega de medalhas para cada prova, no pódio, construído no estilo olímpico.
No primeiro dia de competição, na modalidade de atletismo, realizada pela manhã, os "ganhadores" foram chamados pelo altofalante para receberem as medalhas, mas ninguém compareceu. Depois de chamarem muito os vencedores compareceram. Os coordenadores de prova foram procurá-los, e levaram ao pódio, mas o ônibus que levaria as delegações até o local do almoço também chegou, e os atletas ganhadores de medalhas foram correndo para o ônibus, sem dar nenhuma importância para a premiação.

Nos primeiros jogos, ainda como experimento, a natação foi realizada na piscina olímpica, e muitos atletas indígenas nadaram apenas de cueca, por não terem roupa adequada, e sentiram-se bastante à vontade. Também nos Jogos em Goiânia, o juiz explicava às corredoras da prova de 100 metros rasos como seria disputada a modalidade. Entre as competidoras havia uma representante dos Kanela que não prestava a devida atenção às explanações. Ao observar esse comportamento um dos coordenadores chamou-a num canto e perguntou se estava entendendo. Não obteve resposta e o representante da coordenação concluiu que ela não entendia bem o Português.

Por gestos e falando pausadamente, ele explicou como seria a disputa. Por fim ela disse que havia compreendido. Foi dada a largada, mas a atleta Kanela não acompanhou as outras e ficou olhando para o coordenador, que indicou gestualmente que ela deveria partir. Momentos após a largada ela partiu, alcançando e ultrapassando em pouco tempo as demais competidoras. Quando alcançou a linha de chegada, havia uma corda, que deveria ser tocada pela atleta vencedora. Mas a indígena não tocou na corda, passou por baixo da corda e continuou correndo.
 
Numa partida de futebol masculino nos I Jogos, as equipes dos Kanela e Xingu, disputaram uma jogada praticamente em cima da linha que delimita a entrada do gol. Um dos atletas através de gesto ao juiz reclamou que a bola havia entrado, porém o goleiro chamou esse atleta, mostrando e colocando a bola quase em cima da linha demarcatória, embaixo das traves. O atleta atacante olhou e balançou a cabeça confirmando que realmente a bola não havia entrado. O atacante poderia ter chutado a bola para dentro do gol, o que seria válido, pois a bola estava em jogo, mas não o fez. Nas partidas de futebol disputada nos Jogos a comunicação entre os atletas da mesma equipe é praticamente inexistente, não há gritaria nem xingamento com os companheiros, muito menos com os adversários pelo fato de não falarem a mesma língua. Sempre existem entradas duras, como em qualquer partida de futebol, mas as reclamações são raras.

As canoas usadas nos Jogos são emprestadas pelo povo Erikbatsa, indígenas conhecidos como canoeiros, pois o modelo de "fabricação" das canoas é de fácil adaptação a todos os atletas indígenas participantes dessa modalidade. Não é viável para todas as etnias levarem as suas próprias canoas, pois elas não possuem um padrão definido para essa competição. Os tipos de madeira diferem por etnia, bem como o modelo e sua finalidade na fabricação.

A distribuição das canoas é feita por sorteio. Na prova de canoagem, realizada no Rio Paraguai, durante os II Jogos no Centro Náutico Marinas, em Guaíra, PR, foram disputadas quatro baterias, por haver apenas quatro canoas que foram sorteadas entre os atletas. O povo Matis do Amazonas, contatado há apenas 15 anos, saía pela primeira vez de sua aldeia e para participar da prova de canoagem, escolhendo uma das canoas. Porém, como havia o sorteio o coordenador indígena chamou os demais atletas de outras equipes e fez a solicitação de que somente os Matis não participassem do sorteio e escolhessem uma canoa. Não houve restrição e os Matis participaram da prova com a canoa escolhida.

Durante os III Jogos dos Povos Indígenas, em Marabá, PA, os atletas Xicrin e Xavante estavam em uma disputa acirrada de cabo-de-guerra, que era assistida com grande entusiasmo pelas mulheres Xicrin, que com gestos e gritos em seu dialeto, torciam freneticamente por seus atletas. Os Xicrin, não suportando a força dos Xavantes, foram ficando em desvantagem e cada vez mais próximos da derrota. E as mulheres bradavam energicamente, ordenando força.

Apesar disso, os Xicrin acabaram cedendo e caíram ao chão. Nesse momento, as mulheres, que estavam torcendo com muito entusiasmo, passaram a reprimir seus atletas, jogando areia nos rostos dos índios perdedores. Eles aceitaram a "punição" sem revidar.

Na cultura Xicrin, quando os homens não levam quantidades satisfatórias de caça para a aldeia, recebem o mesmo "castigo", o que demonstra um certo desprezo.

Todos os povos indígenas que possuem em suas tradições a corrida de tora têm um detalhe em comum, que é deixar as toras submersas no rio, após o corte e a preparação do buriti,para que absorvam mais líquido e se tornem mais pesadas. Nos III Jogos, em Marabá, PA, outubro de 2000, toda a estrutura fora montada na Ilha da Praia do Tucunaré. Para se chegar ao local, teria que fazer uma travessia de mais de 2000 metros em barco à motor, em aproximadamente 6 minutos, pois há uma forte corredeira. Na chegada da delegação dos Erikbatsa, pela manhã, na beira da praia, foram desembarcando imediatamente suas canoas do ônibus, pois esse material eles trazem para serem usados na competição de canoagem, colocando grande parte de suas bagagens nas canoas e iniciando a travessia. Enquanto isso, lá da ilha, o capitão da marinha naval e um dos coordenadores dos jogos, preocupado gritava pelo rádio para que um barco maior fosse ao encontro e socorro das cinco canoinhas, que desapareciam nas fortes ondas do rio Tocantins.

Mas o coordenador indígena replicou para que os mesmos ficassem tranqüilos, pois não é à toa que os Erikbatsa são também conhecidos como grandes canoeiros. Assim, eles chegaram remando em rumo reto e não em iagonal como os barcos a motor daquela região fazem costumeiramente, e desembarcaram nas Praias do Tucunaré são e salvos.

Na edição dos IV Jogos, em Campo Grande, MS, em outubro de 2001, os Pareci de Tangará da Serra, MT, realizariam mais uma apresentação do Xikunahity, e quando da preparação para esse esporte, os Povos Enawê Nawê, praticamente isolados que e nunca haviam saído de suas aldeias, assistiram ao treino e disseram à coordenação que também praticavam esse esporte. Foi então realizada o primeiro encontro histórico, e uma partida dessa modalidade entre esses povos que não se conheciam.

Por que 19 de abril é o dia do índio?

Durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940, os representantes de diversos países americanos decidiram convidar os índios, tema central do Congresso, para o evento.

Entretanto, a comissão encarregada de fazer o convite encontrou resistência por parte dos índios que, habituados a perseguições e traições, mantinham-se afastados das reuniões, de nada valendo os esclarecimentos e tentativas dos congressistas. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer.

Essa data, por sua importância na história do indigenismo das Américas, foi dedicada à comemoração do Dia do Índio. A partir de então, o dia 19 de abril passou a ser consagrado ao Índio, em todo o continente americano.

Fonte: Funai / Pequeno dicionário Tupi-Guarani

FONTE: CEMEPE - CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ

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