SEGUIDORES...

5 de abril de 2011

Todo dia era dia do índio?


Em abril de 2006

“Curumim chama Cunhatã que eu vou contar... Todo dia era dia de índio.” Você já deve ter ouvido essa música de Jorge Benjor, lembrando que os índios que viviam no Brasil eram os donos da terra quando o País foi descoberto. Sobre os direitos e as condições de vida dessa parte da população que, segundo a canção, “agora só tem o dia 19 de abril". Vamos lá, curumins (meninos) e cunhatãs (meninas)!

Índio já foi um dia o dono dessa terra

Os índios chegaram nesta terra onde hoje é o Brasil há muito tempo. Alguns estudos afirmam que eles já habitavam a América do Sul há cerca de 11 mil anos. Já os europeus chegaram ao Brasil faz apenas 500 anos. Conta a História que, no nosso país, os europeus encontraram esses habitantes que aqui moravam e os chamaram de índios. É provável que tenham dado esse nome aos habitantes daqui porque, ao chegarem ao Brasil, acreditavam ter chegado à Índia.

Tempos depois, descobriram se tratar de uma nova terra, na América. Mas o nome já tinha pegado!

Os portugueses, bem como os outros povos europeus, tinham uma cultura completamente diferente da indígena. Por isso, estranharam muito o modo de vida dos nativos.

Os índios andavam nus, comiam comidas naturais, viviam soltos em total liberdade e tinham um tom de pele pardo e cabelos bem lisos e escorridos. Uma corrente de historiadores hoje acredita que os europeus cometeram graves erros: não souberam lidar com as diferenças nem respeitar a cultura dosnativos, começaram a impor aos índios a cultura européia e a religião cristã, obrigando-os a agir, pensar e vestir-se como os europeus.

Além disso, os portugueses ainda quiseram escravizar os índios. Mas essa idéia não deu muito certo. Não aceitando as imposições de trabalho forçado e a nova cultura, muitos índios se revoltaram e lutaram contra os brancos. Aí muitos índios acabaram morrendo pela guerra e também pelas doenças que o branco transmitia - como a gripe, o sarampo e a coqueluche. (É que os índios não tinham resistência a essas doenças e morriam rapidamente).

Estudiosos acreditam que, na época do descobrimento do País, o número de índios que viviam por aqui era de cerca de 5 milhões - divididos em milhares de aldeias. Só que foram morrendo tantos, tantos, tantos... que hoje sobram apenas 345 mil índios, distribuídos em 215 comunidades, além dos cerca de 150 mil índios vivendo nas cidades.

Nas diversas aldeias, a população varia muito. Existem grupos relativamente numerosos, como os Tikuna (20 mil), Guarani (30 mil), Kaingaing (20 mil), Yanomami (10 mil), e outros bem pequenos, como os Ava-Canoeiros, cuja população atual é de apenas 14 pessoas. Os dados são da Funai, Fundação Nacional do Índio.

Cultura

Os indígenas têm um modo de vida diferente do nosso. Eles são muito mais ligados à terra. Não trabalham com o objetivo de juntar dinheiro, bens, nem nada desse tipo.

Trabalham em suas lavouras para garantir o sustento da aldeia; fora isso, alimentam-se dos frutos das árvores e dos animais que caçam.

Nas aldeias normalmente existem duas pessoas muito importantes na organização: o pajé e o cacique. O cacique é o chefe da tribo, e o pajé é o sábio, o qual conhece a cura para as doenças e se comunica com os deuses.

Os índios acreditam em forças maiores: na natureza, em deuses e nos espíritos de seus ancestrais. Cada sociedade indígena cria suas próprias explicações a respeito do mundo, dos fenômenos naturais, dos espíritos e dos seres sobrenaturais.

As crianças

Assim como em qualquer sociedade, os índios também constroem brinquedos para seus filhos. Os mais comuns são feitos de palha, madeira ou barro. Os adultos fabricam para as crianças dobraduras de palha, representando os animais da floresta. Em geral, os brinquedos são miniaturas de objetos usados na sociedade e, além de fazerem as crianças se divertirem, esses objetos as educam para as tarefas que terão de realizarem quando adultas. Na maioria das aldeias,existe videogame nem outros joguinhos eletrônicos, mas as crianças devem se divertir um bocado brincando com seus brinquedos de palha, subindo nas árvores e brincando com os animais, não é mesmo?

Até aprenderem a andar, os bebês vivem aconchegados a suas mães, numa espécie de bolsa que as mães prendem no corpo para carregá-los. As crianças pequenas, de até 3 ou 4 anos, brincam com outras crianças e com seus brinquedos. Mas estão sempre próximas às mães, pois costumam mamar nelas até essa idade. É comum, também, que uma irmã mais velha, adolescente, tome conta das crianças menores.

Desde novinhas, as crianças vão aprendendo as atividades que terão de desenvolver quando forem adultas. As meninas aprendem a: plantar, colher, carregar lenha, preparar alimentos e bebidas fermentadas, fiar algodão, confeccionar redes e cerâmica. Já os meninos aprendem a: preparar o terreno para o plantio, caçar, confeccionar arco e flecha, fazer cestas e enfeites de plumas e construir casas.

Nas culturas indígenas, cabe aos pais a orientação nas tarefas e comportamentos que a comunidade julga corretos. As crianças devem brincar e ter a mãe sempre por perto para protegê-las. Os pais jamais devem levantar a voz, brigar ou bater em seus filhos; devem educar com autoridade, para desenvolver na criança a atenção, a observação e a importância da repetição de uma tarefa até a sua plena aprendizagem. Nas tribos é dever de todos fazer a criança crescer com responsabilidade e respeito às regras da comunidade. Legal, hein?!

Educação

Além de aprender isso tudo, os indiozinhos ainda têm de ir à escola. De todos os índios do Brasil, cerca de 150 mil estão em idade escolar e estudam em escolas de Ensino Médio e Fundamental em suas aldeias ou em municípios próximos. Há também mais de mil jovens indígenas que freqüentam diversas universidades e faculdades brasileiras.

Por falar nisso, existe um projeto de lei em estudo na Câmara dos Deputados - o PL 73/99, da deputada Nice Lobão - que prevê a reserva de algumas vagas em universidades e escolas técnicas federais para índios, negros e estudantes de escolas públicas. Está prevista inclusive uma audiência pública na Câmara, para o dia 18 de abril, para debater o Projeto de Lei. E as partes mais envolvidas na discussão são as comissões de Educação e Cultura; e de Direitos Humanos da Câmara. Caso a proposta se torne lei, poderá ser mais fácil para os índios entrarem em uma universidade.

FONTE: CEMEPE - CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ

0 comentários:

Postar um comentário

Template by:

Free Blog Templates