“Dois caciques, dois destinos. O xavante Juruna (foto) e o txucarramãe Raoni são os dois índios mais conhecidos do Brasil. De certa forma, vivem vidas opostas, embora ambos tenham recorrido ao mundo dos brancos para resolver os problemas de suas tribos. Mário Juruna, filho do cacique xavante Apoenã, nasceu na aldeia próxima a Barra do Garças (MT) em 1942. Seis anos depois, sua tribo foi contatada pela primeira vez, pela expedição do sertanista Chico Meirelles. Dez anos mais tarde, em 1959, Juruna resolveu deixar a aldeia e conhecer de perto a vida dos brancos.
Trabalhou em fazendas, viajou de carona, passou fome e, anos depois, voltou para casa. Não ficou muito tempo lá: na década de 70, passou a percorrer os gabinetes da Funai em Brasília, lutando pela demarcação xavante. Foi então que se tornou famoso: jamais era visto sem seu gravador, ‘para registrar tudo o que o branco diz’. Em 1981, Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT. Findo o mandato, e abandonado pela tribo, ficou na miséria, em Brasília.
Raoni também perdeu uma eleição: foi destituído do cargo de cacique dos caiapós-txucarramães por Tutu Pompo. Perdeu em casa, mas ganhou o mundo. Acompanhando o cantor Sting, Raoni percorreu o planeta, foi recebido por alguns dos mais poderosos políticos do planeta e conseguiu
atenção e dinheiro para a causa indígena no Xingu e na Amazônia. Raoni nasceu em 1942. Ficou famoso em 1976, quando o francês Jean-Pierre Dieleux dirigiu um documentário sobre sua vida.
Raoni encarna o mito do bom selvagem.
Sepé-Tiaraju: Índio guarani de São Miguel das Missões (RS), que resistiu com guerrilhas ao avanço dos exércitos português e espanhol, na chamada Guerra Guaranítica, 1754-56. Morreu em 1756, ao preparar uma emboscada aos espanhóis.
Filipe Camarão: Nasceu na região que é hoje o Rio Grande do Norte. Índio batizado e casado com Clara Camarão, que, conforme o costume indígena, acompanhava o marido nos combates. Por suas lutas contra os holandeses, o rei Filipe III de Portugal e Espanha, concedeu a Filipe Camarão brasão de armas, com soldo e patente de capitão-mor dos índios e uma pensão de 40.000 réis. Em 1635 recebeu o tratamento de Dom e a comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Com seus índios, Camarão combateu em Porto Calvo, Goiana, Terra Nova, Camandaiatuba, Baia de Todos os Santos, Casa Forte, rio Guaju e Aguiar. Seu último combate foi na primeira batalha dos Guararapes, em 1648, quando adoeceu e se recolheu ao Engenho Novo de Goiana, vindo a falecer, sendo sepultado na igreja do Arraial.
Zorobabê: Cacique potiguara, aliado dos franceses, na segunda metade do século XVI. Submetido pelos portugueses, marchou com 1.300 índios para proteger a capitania da Bahia contra os aimorés. Mas seus guerreiros, com medo de serem escravizados, se revoltaram e conseguiram autorização para voltarem ao litoral da Paraíba, desde que atacassem os Quilombos dos Palmares. O que fizeram em 1603.
Cunhambebe: Chefe tamoio que dominava a região de Cabo Frio (RJ), até Bertioga (SP). André de Thevet (padre francês) descreve o chefe índio de quem Hans Staden (mercenário alemão) foi prisioneiro entre 1554 e 1557. Morreu de peste logo após a chegada dos franceses de Villegaignon na baía de Guanabara.
Inácio Abiaru: Chefe guarani que derrotou a bandeira paulista de Jerônimo Pedroso de Barros, em 1641, no rio Mbororê, afluente do rio Uruguai, encerrando o ciclo de bandeiras no extremo sul.
André Guacarari: Índio de São Borja (RS), conhecido como Andrezito Artigas, derrotou a tropa luso-brasileira comandada por Gama-Lobo, em 1817.
Araribóia: Antigo senhor da ilha de Paranapuã, o temiminó Araribóia era tão fiel aos portugueses que se batizou com o nome de Martim Afonso de Sousa. Por sua participação decisiva na conquista do Rio, foi feito cavaleiro da Ordem de Cristo e ganhou uma vasta sesmaria em Niterói. Mas, em 1574, repreendido pelo governador Antônio Salema por cruzar as pernas na presença dele, Araribóia se ofendeu, voltou para Niterói e não saiu mais de lá, até morrer, esquecido.
FONTE: CEMEPE - CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ
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