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4 de abril de 2011

19 de Abril: Dia do índio

CONTEXTUALIZANDO A HISTÓRIA

Pesquisa demonstram que quando os europeus chegaram à América, no final do século XV, estas terras eram habitadas por diversos grupos étnicos, dentre eles: Grupo Esquimó-Aleutino; Grupo Na-Dene; Sioux-Dakota; Iroqueses; Grupo Algonquino-Wakash; Grupo Uto-Astecas; Maias; Grupo Aruak; Grupo Chibcha; Grupo Karib; Grupo Tupi-Guarni; Grupo Jê; Grupo Quíchua e outra populações.

No Brasil, especificamente estima-se que existia de dois a quatro milhões de moradores, dividindo-se em quatro grandes grupos: o Tupi-Guarani, o Jê, o Aruak e o Karib.

Apesar das características físicas
comuns, os índios diferem entre si na cultura, modo de viver, conviver e sobreviver, na linguagem, nas crenças e sua forma de organização familiar.

As moradias eram cabanas construídas com o material mais abundante de que dispunham: as árvores das florestas, que lhes forneciam a madeira (para a estrutura) e a palha (para a cobertura e paredes). O grau de acabamento das construções variava de acordo com os hábitos de vida dos grupos indígenas.

Quem visita hoje os aldeamentos indígenas do Parque Nacional do Alto Xingu, pode apreciar as moradias existentes, as quais têm cerca de 10 m de altura e sua cobertura, que vai do alto até o chão, é de sapé, não possuem janelas, têm somente duas aberturas, uma voltada para o centro da aldeia, e a outra, para o lado de fora.

Quanto ao costume, modo de sobrevivência e divisão de trabalho os procedimentos consistiam em: caçar, pescar e coletar frutas. Algumas tribos praticavam o plantio de milho, mandioca, batata-doce, cará e abóbora. Também, fabricavam potes de barro, esteiras, cestos, arcos, flechas e instrumentos musicais, sem nenhuma agressão ao meio ambiente.

As tarefas eram divididas entre os integrantes, sendo que as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, da produção artesanal e da roça; os homens caçavam, pescavam, limpavam a mata para o plantio, construíam casas, canoas e fabricavam armas ( arco, flecha, tacape).
 
Eram politeístas, ou seja, adoravam diversos deuses. Para os tupis, a maior nação indígena que habitava nossa terra, os principais deuses eram: Tupã, o trovão; Jaci, a lua; Guaraci, o sol. O chefe de uma tribo é o cacique ou morubixaba. O chefe espiritual é o pajé. Foram catequizados pelos padres jesuítas.

A influência dos povos indígenas na formação da cultura brasileira foi muito grande e significativa. Sendo que, diversas palavras e nomes de lugares são de origem indígena, tais como: lugares: Iguaçu, Parati, Ibirapuera, Pindamonhangaba, Piracicaba, Jacareí, Morumbi, Corumbá, Curitiba, Paracatu etc. animais: poraquê, pirambóia, urutu, jararaca, jibóia, jacaré, jaboti, arara, pirarucu etc. plantas: peroba, ipê, jabuticaba, jacarandá, guaraná, gravatá, burtil, carnaúba etc. alimentos: tucupi, tacacá, mandioca, pipoca, mingau, pamonha, curau, pirão etc.

Dentre os hábitos brasileiros tais como: dormir em rede, usar balaios e cestos de vime ou enfeites de cerâmica, foram aprendidos com os indígenas.

Antes da chegada de portugueses e outros povos europeus, as paisagens das terras do Brasil, eram muito diferente do que conhecemos hoje, pois os índios colhiam e plantavam somente o que necessitavam, ficando a vegetação natural praticamente inalterada.

Porém, os interesses lucrativos e exploratórios fizeram com que a rotina desses povos, fosse interferida e modificada. Inicialmente os portugueses pretendiam utilizar as terras, visando a construção de engenhos. Posteriormente, vieram os fazendeiros, os comerciantes de madeira e os garimpeiros.

No período de colonização do Brasil, os índios também foram escravizados. A escravidão do índio foi mais freqüente e mais longa do que dão a entender os textos que falam da suposta “inadaptação do indígena ao trabalho escravo”. Durante todo o século XVII, São Vicente e a Vila de São Paulo cresceram à custa do trabalho escravo indígena. A Guerra dos Emboabas, em pleno ciclo do ouro, envolve paulistas e escravos da tribo dos carijós, de um lado, e baianos e portugueses de outro, com escravos africanos.

“No século XVII os índios desapareceram dos livros didáticos, mas o escravismo indígena ainda estava vigoroso. Tanto que o ouro extraído de Cuiabá utilizou-se dessa mão-de-obra, argumenta John Monteiro. O escravismo só começaria a declinar a partir de 1755, quando o marquês de Pombal decretou sua proibição”.

Estas ações do homem, trouxeram conseqüências desastrosas à natureza e aos índios que além de tudo que fora relatado também, nações inteiras foram mortas, em luta ou por transmissão de doenças trazidas pelos brancos.

Diversos povos indígenas que habitavam o Brasil quando Cabral aqui chegou, haviam desaparecido, ficando a humanidade desprovida do conhecimento que esses povos possuíam. Os que permaneceram buscaram o convívio com o homem branco e conseqüentemente sofreram mudanças radicais no comportamento e tradições, deixando de utilizar suas ervas naturais, em substituição pelos remédios da nossa medicina, a grande maioria abandonou sua nudez, festas e religião.

Vale ressaltar a existência de tribos que não entraram em contato com a civilização até hoje, vivendo isoladas no meio da mata. Segundo dados informativos, registra-se que os principais locais de pesquisa arqueológica estão concentrados nos estados de: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso. Outra fonte enriquecedora de saber revela que os povos indígenas esforçavam para defender suas terras dos invasores, desde a chegada da primeira caravela ao Brasil.

Despidos, descalços e pintados da cabeça aos pés. A figura do índio que ficou no imaginário popular brasileiro quase já não existe. O índio do ano 2.000 tem faces contraditórias: usa calça jeans e tênis e carrega um celular na cintura, mas não abandona suas tradições, a muito custo preservadas durante milênios por seus antepassados. Porém, nosso sistema interferiu em sua cultura, embora ainda resistam heroicamente.

Os tempos mudaram. Hoje, a tentativa de integração e formação de índios cidadãos começa pelo anseio de estudar que a imensa maioria alimenta. E estudar, para eles, tem exatamente o mesmo significado que para os brancos: primeiro e segundo graus.

Há quem diga que os índios ainda hoje preservam certa ingenuidade, assim como os tupiniquins, que ocupavam a costa quando as naus e caravelas portuguesas chegaram e foram “aliciados” com bugigangas trazidas de além mar. hoje, as bugigangas são mais sofisticadas do que os espelhos daquele tempo – jatinhos, barcos, celulares – e os aliciadores são outros. Não raro, índios negociam com madeireiras, mineradores e até com o próprio governo.

Constata-se também, que a mentalidade dos índios em relação, ao contrário do que se previa, a população indígena brasileira está crescendo, em números e em grau de participação política. Nos 500 anos de Brasil, os índios mostraram que querem ser cidadãos como os brancos, negros ou qualquer outra raça. A aldeia agora é global. Eles não querem desaparecer nem virar peça de museu.

AS TRIBOS

Após 500 anos do descobrimento, ainda existe 215 nações e 170 línguas
indígenas diferentes. Abaixo se encontram algumas destas nações sobreviventes, a saber:

Aimoré: Grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grandes corredores e guerreiros temíveis foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil.

Avá-Canoeiro: Povo de língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Ilha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé. Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em 1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão.

Bororos: Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhóis fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casamentos com não-índios.

Caeté: Os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados "inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem "escravizados todos, sem exceção". Assim se fez. Seriam 75 mil.

Caiapós: Explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará - especialmente o mogno e o ouro -, os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentam cerca de U$$15 milhões por ano, derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destitui o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan. Ganhador do Prêmio Global 500 da ONU, espécie de Oscar ecológico, admirado pelo príncipe Charles e por Jimmy Carter, Paiakan foi acusado do estupro de uma jovem estudante branca, em junho de 1992. A absolvição, em novembro de 94, não parece tê-lo livrado do peso da suspeita. Paiakan - mitificado na Europa, criminoso no Brasil - é uma contradição viva e um símbolo da relação entre brancos e índios.

Carijó: Seu território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente. Em 1554, participaram do ataque a São Paulo. Eram cerca de 100 mil.

Goitacá: Ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil.

Yanomami: Povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família, não classificada em troncos. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários dialetos. Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na Venezuela, num total de 20 mil índios.

Juruna: Povo indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do Xingu (MT). Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas. Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Kaiapó: Ou Kayapó, ou Caiapó. Povo de língua da família Jê. Distribui-se por 14 grupos, num vasto território que se estende do SE do Pará ao Norte do Mato Grosso, na região do rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrin do Cateté, Xikrin do Bacajá, A’Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire(Txucarramãe), Kokraimoro, Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de pelo menos três outros grupos ainda sem contato com a sociedade nacional.

Kaingang: Ou Caingangue. Povo de língua da família Jê. Também conhecidos como Coroados, vivem em 26 pequenas áreas indígenas no interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São aproximadamente 7.000 índios.

Pataxó: Povo de língua da família Maxacali, do tronco Macro-Jê. Abandonou sua língua original e expressa-se apenas em português. Vive no sul da Bahia, em Barra Velha, Coroa Vermelha e Monte Pascoal, em zona economicamente valorizada (cacau e turismo), nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália e nas áreas indígenas Mata Medonha e Imbiriba. Em 1990, eram aproximadamente 1.600 índios.

Potiguar: Senhoreavam a costa desde São Luís até as margens do Parnaíba, e das margens do Rio Acaraú, no Ceará, até a cidade de João Pessoa, na Paraíba. Exímios canoeiros, inimigos dos portugueses, seriam uns 90 mil.

Tremembé: Grupo não-tupi, que vivia do sul do Maranhão ao norte do Ceará, entre os dois territórios potiguares. Grandes nadadores e mergulhadores foram, alternadamente, inimigos e aliados dos portugueses. Eram cerca de 20 mil.

Tabajara: Viviam entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá. Aliaram-se aos portugueses. Deviam ser uns 40 mil.

Temiminó: Ocupavam a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo.

Tamoio: Os verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil.

Tupinambá: Constituíam o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade crônica. Os tupinambás propriamente ditos ocupavam da margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. Seriam mais de 100 mil.
 
Tupiniquim: Foram os índios vistos por Cabral. Viviam no sul da Bahia e em São Paulo, entre Santos e Bertioga. Eram 85 mil.

Xavantes: Povo de língua da família Jê. Autodenominam-se Akwe ou Akwen. Contatados na década de 1940, eram índios guerreiros que resistiram tenazmente à ocupação de seu território (Mato Grosso) pelos colonizadores. Em 1989 o grupo contava cerca de 6.000 pessoas, distribuídos em sete áreas indígenas entre os rios das Mortes e Batovi, a leste de Mato Grosso.

Wai-wai: Ou Waiwai, Uaiai. Povo de língua da família Karíb. Vivem na área indígena Nhamundá-Mapuera, na fronteira do Pará com o Amazonas, e Waiwai, em Roraima. A população é constituída por uma mistura de várias tribos atraídas e assimiladas por eles ao longo dos anos, entre as quais as dos Karafawyana, dos Kaxuyana e dos Hixkariana. Em 1990, segundo a Funai, somavam cerca de 1.250 índios.

FONTE: CEMEPE - CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ .

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