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5 de abril de 2011

Observações didático-pedagogicas e atividades acerca do tema: índios



O confronto do contexto histórico x realidade, caracteriza-se atividade vital para a aquisição da consciência crítica, para tanto o professor poderá indicar um ponto de partida para a efetivação da análise reflexiva, a partir do qual o aprofundamento tornar-se-á possível.

Nada mais justo do que homenagear, resgatar e valorizar a contribuição cultural que influenciaram novos costumes, ressaltando a necessidade de promover uma maior integração, melhoria da qualidade de vida no que se refere à educação, saúde e trabalho, no combate à corrupção e injustiça social.

Torna-se enriquecedor para o educando ao final do estudo desta temática, saber distinguir o que é de direito coletivo e dever, o que é assistencialismo do governo e oportunismo por parte dos envolvidos.

SUGESTÕES COMPLEMENTARES

Apresentar algumas situações de vida dos índios, promovendo a reflexão na visão infantil sobre as verdadeiras condições de sobrevivência:

MÚSICAS INFANTIS



OPORTUNIZAR A APRESENTAÇÃO E REFLEXÃO REFERENTE ÀS LETRAS DAS MÚSICAS “TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO” DO COMPOSITOR E CANTOR: JORGE BEN JOR E INTERPRETADA POR BABY DO BRASIL E “UM ÍNDIO” INTERPRETADA POR CAETANO VELOSO:
CURUMIM CHAMA CUNHATÃ QUE EU VOU CONTAR
(TODO DIA ERA DIA DE ÍNDIO)

Jorge Ben Jor
Composição: Tim Maia e Jorge Ben Jor


Jês, Kariris, Karajás, Tukanos, Caraíbas,
Makus, Nambikwaras, Tupis, Bororós,
Guaranis, Kaiowa, Ñandeva, YemiKruia
Yanomá, Waurá, Kamayurá, Iawalapiti, Suyá,
Txikão, Txu-Karramãe, Xokren, Xikrin, Krahô,
Ramkokamenkrá, Suyá

Hey! Hey! Hey!
Hey! Hey! Hey!

Curumim chama cunhatã que eu vou contar
Curumim chama cunhatã que eu vou contar
Curumim, cunhatã
Cunhatã, curumim

Antes que os homens aqui pisassem
Nas ricas e férteis terraes brazilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes
Da terra do pau Brasil
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio

Mas agora eles só têm um dia

Um dia dezenove de abril
Mas agora eles só têm um dia
Um dia dezenove de abril

Amantes da pureza e da natureza
Eles são de verdade incapazes
De maltratarem as fêmeas
Ou de poluir o rio, o céu e o mar
Protegendo o equilíbrio ecológico
Da terra, fauna e flora
Pois na sua história
O índio é o exemplo mais puro
Mais perfeito, mais belo
Junto da harmonia da fraternidade
E da alegria,

Da alegria de viver
Da alegria de amar
Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente

Todo dia, toda hora, era dia de índio
Todo dia, toda hora, era dia de índio

Hey! Hey! Hey!

Jês, Kariris, Karajás, Tukanos, Caraíbas,
Makus, Nambikwaras, Tupis, Bororós,
Guaranis, Kaiowa, Ñandeva, YemiKruia
Yanomá, Waurá, Kamayurá, Iawalapiti, Suyá,
Txikão, Txu-Karramãe, Xokren, Xikrin, Krahô,
Ramkokamenkrá, Suyá


Todo dia, toda hora, era dia de índio
Todo dia, toda hora, era dia de índio

Hey! Hey! Hey!
Curumim, cunhatã
Hey! Hey! Hey!
Cunhatã, curumim
Hey! Hey! Hey!
Curumim, cunhatã
Hey! Hey! Hey!
Cunhatã, curumim

UM ÍNDIO

Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso


Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro


Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

REFRÃO
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

APRESENTAR OS DEPOIMENTOS DOS ÍNDIOS ABAIXO DESCRITOS, VISANDO A PROMOÇÃO DE CONFRONTO DE REALIDADES, QUAIS SEJAM:

“Difícil na cidade um falar com outro. Ora, índio quando se encontra é uma festa, muita conversa, muita alegria, pouca pressa”. Umuru (Bororo de 70 anos)

“Nós preferimos morrer livres a viver como escravos. Para muita gente, nós somos apenas uma coisa”. (Txibae Ewroro, Bororo do M. T)

“O homem branco, aquele que se diz civilizado, pisou duro não só na terra, mas na alma do seu povo”. (Txibae Ewroro, Bororo do M. T)

REALIZAR PESQUISAS COM RELAÇÃO AOS NOMES DE PRATOS FEITOS NAS CASAS DOS ALUNOS, QUE UTILIZAM MILHO, FARINHA DE MILHO, FUBÁ, MANDIOCA E FARINHA DE MANDIOCA.

PROMOVER A DESCOBERTA DE PALAVRAS ORIGINADAS DA CULTURA INDÍGENA.

REALIZAR VISITA AO MUSEU, SITUADO À RUA CARAJÁS, 296 – BAIRRO TABAJARAS, COM ENTREVISTA MARCADA COM A COORDENADORA DA CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ – CEMEPE, A FIM DE CONHECEREM HISTÓRIAS, FATOS MARCANTES E RELATOS.

PROMOVER A REFLEXÃO SOBRE O ASSASSINATO EM BRASÍLIA:

Assassinato em Brasília

“Numa brincadeira de fim de noite, garotos de classe média de Brasília mataram Galdino Jesus dos Santos, 44. Índio pataxó. O divertimento consistia em atear fogo em quem eles pensavam ser um mendigo — os rapazes disseram que não tinham nada contra índios. Queriam só assustar um miserável qualquer.

Chamar apenas de barbaridade a morte de Santos não só é pouco como dilui a repulsa na onda de indignação já banalizada diante da série diversificada de crueldades que o país produz. Volta e meia há exclamações de horror pontual devido a massacres no campo e em cadeias, à selvageria policial e as chacinas.

Sobre alguns desses episódios é comum ouvir a expressão ‘caso isolado’, como ocorreu em relação às recentes atrocidades das PMs. A respeito do divertimento brasiliense, pode-se dizer que, do fato, não proliferam comandos juvenis para incendiar mendigos, apesar de a capital do país já ter sido conhecida por abrigar dezenas do gangues adolescentes.

No entanto, esses casos não são ‘isolados’ e a indignação pontual já começa a ter um ar de hipocrisia. Não é preciso que essas cenas de crueldade se tornem uma enormidade estatística para que se deixe de considerá-las singularidades. Há método na produção dessas aparentes loucuras. O país foi preparado para criá-las. A miséria e a violência fazem parte da receita. Pessoas que vivem como bichos, abaixo de qualquer condição mínima de humanidade, começam a ser tratadas coma tais pela parcela mais amoral da elite.

O mais do que compreensível medo da violência cotidiana reforça o circulo dos horrores. Na semana passada, os espectadores que puderam escolher o final do enredo de um programa de TV mostraram que toleram o assassinato. Tratava-se do caso de um garoto pobre que invadia a casa de uma defensora de meninos de rua e a ameaçavam com uma arma.

Entre perdoá-lo, denunciá-lo ou matá-lo, quase 80 mil pessoas preferiram o homicídio para acabar com a história, mais do que a soma dos que escolheram as demais opções.

É hora de dar um basta à cultura do ‘caso isolado’. Ainda vai custar muito para se começar a corrigir problemas como impunidade e miséria. Mas os mais recentes episódios de horror nacional são um bom momento – e eles estão sempre aí para dar a oportunidade de ação.”

(Folha de São Paulo, em editorial de 22/4/97)

• Relacionar o texto com deteriorização dos valores morais e a decadência social e política.

REALIZAR LEITURA E ANÁLISE-REFLEXIVA COMO REFERENCIAL A MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DO ÍNDIO PATAXÓ JERRY ADRIANI SANTOS DE JESUS, OCORRIDA NA MISSA DOS 500 ANOS DO BRASIL:

• “Vocês, quando chegaram aqui, essa terra já era nossa. O que vocês fazem com a gente?”

• “Séculos depois, estudos comprovam a teoria, contada pelos anciões, de geração dos povos, as verdades sábias, que vocês não souberam respeitar e que hoje não querem respeitar”.

• “Quinhentos anos de sofrimento, de massacre, de exclusão, de preconceito, de exploração, de extermínio de nossos parentes, aculturamento, estupro de nossas mulheres, devastação de nossas terras, de nossas matas, que nos tomaram com a invasão”.

PESQUISAR NO SENTIDO DE CONHECER A REAL SITUAÇÃO DOS ÍNDIOS, TENDO COMO EIXOS NORTEADORES AS QUESTÕES:

a) Indígenas existentes;
b) Quantitativo e local de habitação;
c) Atividades realizadas;
d) Cultura, costumes e idioma.

COMENTAR OS SEGUINTES DEPOIMENTOS:

”Eles precisam saber que nós ainda existimos”, (Yube – Índio Kaxinawa)

“Os políticos passam por lá de vez em quando fazendo promessas, pedindo votos e depois que se elegem nunca mais aparecem”. (Cacique João Tsidzapi, da tribo xavante do Mato Grosso)

“O branco quer o índio pelado. Eles são diferentes do que eram e a gente não entende”. (Lúcia Helena Rangel, antropóloga)

“Se Tupã quiser nada de ruim vai acontecer. O importante é ter um dinheirinho”. (Américo Cruz Arena – Índio Globalizado)

PROMOVER DEBATE SOBRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL / 1988 – ÍNDIOS,
RESSALTANDO A REALIDADE VIVENCIADA PELOS EDUCANDOS.
 
FONTE: CEMEPE - CENTRO MUNICIPAL DE ESTUDOS E PROJETOS EDUCACIONAIS JULIETA DINIZ
Em sombra, em luz, em som magnífico

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