Folclore é o conjunto de todas as tradições, lendas e crenças de um País. O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, artesanato, religiosidade e vestimentas de uma nação.
Segundo a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação".
Para que serve?
O folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo em que vive. Conhecendo o folclore de um País, podemos compreender o seu povo. E assim conhecemos, ao mesmo tempo, parte de sua História. Mas para que um certo costume seja realmente considerado folclore, dizem os estudiosos que é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas e que também tenha origem anônima.
Qual a origem da palavra "folclore"?
A palavra surgiu a partir de dois vocábulos saxônicos antigos. "Folk", em inglês, significa "povo". E "lore", conhecimento. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer ''conhecimento popular''. O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que em 22 de agosto de 1846 publicou um artigo intitulado "Folk-lore".
Qual a origem do folclore brasileiro?
O folclore brasileiro, um dos mais ricos do mundo, formou-se ao longo dos anos principalmente por índios, brancos e negros. Saiba mais:
Região Sul
Danças: congada, cateretê, baião, chula, chimarrita, jardineira, marujada.
Festa tradicionais: Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau; festas juninas; rodeios.
Lendas: Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do Boiguaçú, do Curupira, do Saci-Pererê.
Pratos: churrasco, arroz-de-carreteiro, feijoada, fervido.
Bebidas: chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada.
Região Sudeste
Danças: fandango, folia de reis, catira e batuque.
Lendas: Lobisomem, Mula-sem-cabeça, Iara, Lagoa Santa.
Pratos: tutu de feijão, feijoada, ligüiça, carne de porco.
Região Centro-Oeste
Danças: tapiocas, congada, reisado, folia de reis, cururu e tambor .
Festas tradicionais: carvalhada, tourada, festas juninas.
Lendas: pé-de-garrafa, Lobisomem, Saci-Pererê, Ramãozinho.
Pratos: arroz de carreteiro, mandioca, peixes.
Região Nordeste
Danças: frevo, bumba-meu-boi, maracatu, baião, capoeira, caboclinhos, bambolê, congada, carvalhada e cirandas.
Festas:: Senhor do Bonfim, Nossa. Senhora da Conceição, Iemanjá, na Bahia; Missa do Vaqueiro, Paixão de Cristo, em Pernambuco; romarias - destaca-se a de Juazeiro do Norte, no Ceará.
Região Norte
Danças: marujada, carimbó, boi-bumbá, ciranda.
Festas: Círio de Nazaré (Belém), indígenas.
Artesanato: cerâmica marajoara, máscaras indígenas, artigos feitos em palha.
Lenda: Sumaré, Iara, Curupira, da Vitória-régia, Mandioca, Uirapuru.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO FOLCLORE
* é popular.
* emana do saber cultural.
* constitui-se em uma tradição.
* é transmissível notadamente pela oralidade e pela prática.
* faz parte do conhecimento coletivo.
* espelha uma situação ou ação.
* tem caráter universal.
* é anônimo, pois se desconhecem seus criadores.
* é criatividade livre e espontânea de um povo.
Mitos e lendas brasileiras
As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.
Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.
Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:
Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro.
Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Lenda do Curupira
Origem da lenda do Curupira, características principais, defensor das florestas e animais, o que diz os mitos e lendas da floresta, folclore nacional, cultura popular do interior do Brasil.
O folclore brasileiro é rico em personagens lendários e o curupira é um dos principais. De acordo com a lenda, contada principalmente no interior do Brasil, o curupira habita as matas brasileiras. De estatura baixa, possui cabelos avermelhados (cor de fogo) e seus pés são voltados para trás.
A função do curupira é proteger as árvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma predatória.
Para assustar os caçadores e lenhadores, o curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os "inimigos da florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados para trás servem para despistar os perseguidores, deixando rastros falsos pelas matas. Além disso, sua velocidade é surpreendente, sendo quase impossível um ser humano alcançá-lo numa corrida.
De acordo com a lenda, ele adora descansar nas sombras das mangueiras. Costuma também levar crianças pequenas para morar com ele nas matas.
Após encantar as crianças e ensinar os segredos da floresta, devolve os jovens para a família, após sete anos.
Os contadores de lendas dizem que o curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamentos e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.
Não podemos esquecer que as lendas e mitos são estórias criadas pela imaginação das pessoas, principalmente dos que moram em zonas rurais. Fazem parte deste contexto e geralmente carregam explicações e lições de vida. Portanto, não existem comprovações científicas sobre a existência destas figuras folclóricas.
Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
Lenda do Lobisomem
Origem da lenda do Lobisomem, personagem do folclore brasileiro, lendas e mitos, características. Lobisomem: do folclore europeu para o Brasil
A lenda do lobisomem tem, provavelmente, origem na Europa do século XVI, embora traços desta lenda apareçam em alguns mitos da Grécia Antiga. Do continente europeu, espalhou-se por várias regiões do mundo.
Chegou ao Brasil através dos portugueses que colonizaram nosso país, a partir do século XVI. Este personagem possui um corpo misturando traços de ser humano e lobo.
De acordo com a lenda, um homem foi mordido por um lobo em noite de lua cheia. A partir deste momento, passou a transforma-se em lobisomem em todas as noites em que a Lua apresenta-se nesta fase. Caso o lobisomem morda outra pessoa, a vítima passará pelo mesmo feitiço.
A lenda no Brasil (principalmente no sertão), a lenda ganhou várias versões. Em alguns locais dizem que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo, pode transforma-se em lobisomem. Em outras regiões dizem que se uma mãe tiver seis filhas mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem. Existem também versões que falam
que, se um filho não for batizado poderá se transformar em lobisomem na fase adulta.
Conta a lenda que a transformação ocorre em noite de Lua cheia em uma encruzilhada. O monstro passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta a forma humana somente com o raiar do Sol.
Curiosidade:
- De acordo com a lenda, um lobisomem só morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata.
Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãed'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto.
Lenda da Iara
Origem da lenda da sereia, personagem do folclore brasileiro, lenda da região amazônica, característicasraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas. Iara: uma lenda de origem indígena
Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.
A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia.
Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.
Origem da personagem: Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito.
Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la.
Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.
Curiosidade:
- A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”.
Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Emvida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
Lenda da Mula-Sem-Cabeça
Origem da lenda da Mula-sem-cabeça, personagem do folclore brasileiro, lendas e mitos, características. Mula-sem-cabeça: várias versões da lenda. Esta é uma das lendas mais conhecidas do folclore brasileiro. Ela povoa o imaginário, principalmente das pessoas que habitam regiões rurais do nosso país. Este personagem folclórico é uma mula sem a cabeça e que solta fogo pelo pescoço. De acordo com a lenda, a mula-sem-cabeça costuma correr pelas matas e campos, assustando as pessoas e animais.
Várias versões da lenda
Existem várias explicações para a origem desta lenda, variando de região para região. Em alguns locais, contam que a mula-sem-cabeça surge no momento em que uma mulher namora ou casa com um padre. Como castigo pelo pecado cometido, transforma-se neste ser monstruoso.
Em outras regiões, contam que, se uma mulher perde a virgindade antes do casamento, pode se transformar em mula-sem-cabeça. Esta versão está muito ligada ao controle que as familias tradicionais buscavam ter sobre os relacionamentos amorosos, principalmente das filhas. Era uma forma de assustar as filhas, mantendo-as dentro dos padrões morais e comportamentais de séculos passados.
Existe ainda outra versão mais antiga e complexa da lenda. Esta conta que num determinado reino, a rainha costuma ir secretamente ao cemitério no período da noite. O rei, numa determinada noite, resolveu segui-la para ver o que estava acontecendo. Ao chegar ao cemitério,
deparou-se com a esposa comendo o cadáver de uma criança.
Assustado, soltou um grito horrível. A rainha, ao perceber que o marido descobrira seu segredo, transformou-se numa mula-sem-cabeça e saiu galopando em direção à mata, nunca mais retornando para a corte.
Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna.
Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
Lenda do Saci-Pererê
Origem da lenda do Saci, características principais, personalidade, e lendas da floresta, folclore nacional, cultura popular do interior do Brasil, cultura afro-brasileira, Dia do Saci.
O Saci-Pererê é um dos personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Possuí até um dia em sua homenagem: 31 de outubro. Provavelmente, surgiu entre povos indígenas da região Sul do Brasil, ainda durante o período colonial (possivelmente no final do século XVIII). Nesta época, era representado por um menino indígena de cor morena e com um rabo, que vivia aprontando travessuras na floresta.
Porém, ao migrar para o norte do país, o mito e o personagem sofreram modificações ao receberem influências da cultura africana. O Saci transformou-se num jovem negro com apenas uma perna, pois, de acordo com o mito, havia perdido a outra numa luta de capoeira. Passou a ser representado usando um gorro vermelho e um cachimbo, típico da cultura africana. Até os dias atuais ele é representado desta forma.
O comportamento é a marca registrada deste personagem folclórico. Muito divertido e brincalhão, o saci passa todo tempo aprontando travessuras na matas e nas casas. Assusta viajantes, esconde objetos domésticos, emite ruídos, assusta cavalos e bois no pasto etc. Apesar das brincadeiras, não pratica atitudes com o objetivo de prejudicar alguém ou fazer o mal.
Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para capturalo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.
Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.
A crença neste personagem ainda é muito forte na região interior do Brasil. Em volta das fogueiras, os mais velhos contam suas experiências com o saci aos mais novos. Através da cultura oral, o mito vai se perpetuando. Porém, o personagem chegou aos grandes centros urbanos através da literatura, da televisão e das histórias em quadrinhos.
Quem primeiro retratou o personagem, de forma brilhante na literatura infantil, foi o escritor Monteiro Lobato. Nas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, o saci aparece constantemente. Ele vive aprontando com os personagens do sítio. A lenda se espalhou por todo o Brasil quando as histórias de Monteiro Lobato ganharam as telas da televisão, transformando-se em seriado, transmitido nas décadas de 1970-80. O saci também aparece em várias momentos das histórias em quadrinhos do personagem Chico Bento, de Maurício de Souza.
Dia do Saci
Com o objetivo de diminuir a importância da comemoração do Halloween no Brasil, foi criado em caráter nacional, em 2005, o Dia do Saci ( 31 de outubro).
Uma forma de valorizar mais o folclore nacional, diminuindo a influência do cultura norte-americana em nosso país.
Curiosidades:
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representada pela festa do Halloween - Dia das Bruxas.
- Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como destaque.
Alma Penada
Alma de pessoa morta que continua vagando na terra. Geralmente, essa pessoa cometeu algum crime hediondo e sua alma está pagando por isso. Existe uma variação conhecida como Angoera, alma de uma pessoa muito ruim, que não foi para o outro mundo. Ficou morando em ruínas e sai para assombrar e assaltar os viajantes.
Ana Jansen
Não há em São Luís do Maranhão quem nunca tenha ouvido falar de Ana Jansen, comerciante que no início do século XIX acumulou riqueza e exerceu forte influência na cidade. Dizem que ela cometia as maiores atrocidades contra os seus escravos. Os maranhenses afirmam que, nas noites de sexta-feira, é comum deparar na região da Praia Grande, onde está o imenso casarão em que Ana morava, com uma apavorante carruagem puxada por cavalos brancos sem cabeça, conduzindo o fantasma da falecida, que ainda paga pelos pecados cometidos.
Anhanga
É um dos mitos mais antigos do Brasil colonial. O Anhanga traz para aquele que o vê, ouve ou pressente certo prenúncio de desgraça. Os lugares que se sabem ser freqüentados por ele são mal-assombrados. Tem várias formas, tanto humana quanto animal. Mas a figura com que as tradições o representam é de um veado branco, com olhos de fogo. Algumas vezes, ele chega a ser confundido com o Jurupari.
Anta-Cachorro
Na Amazônia, existe a lenda da anta-cachorro, um animal enorme que tem a forma de onça e patas com casco de anta. Se estiver perseguindo alguém que suba numa árvore, o bicho cava a terra até que a árvore em que se refugiam seus inimigos caia.
No Rio Grande do Norte, existiu também o caso da anta esfolada, um animal que teria sido exorcizado por um missionário capuchinho nas primeiras décadas do Século XIX.
Arranca-Língua
Monstro gigantesco, parecendo um macaco de 10 metros de altura, que atacava os rebanhos bovinos de Goiás. Tudo o que fazia era arrancar as línguas das vacas.
Árvore do Homem Morto
É um dos principais atrativos da trilha de Jacuba, dentro do Parque das Emas. Os goianos da região costumam contar a lenda de que dentro da árvore existe o corpo de um rapaz que foi petrificado ao tentar matar o próprio pai. Quando ele apontou a espingarda para o pai, seu corpo virou pedra e, com o passar dos anos, foi crescendo a vegetação em volta até cobri-lo completamente.
Barba-Ruiva
Figura do folclore piauiense. Uma jovem jogou seu filho recém-nascido na Lagoa de Paraná. A Mãe D'Água salvou a criança. Em certa ocasiões, porém, um homem de cabelos e barbas ruivos sai de dentro das águas. É o Barba-Ruiva, que representa o espírito do filho rejeitado.
Bicho-Papão
Monstro dos contos infantis, que assusta e vem comer as crianças. Apenas as crianças conseguem ver seu corpo peludo e os olhos vermelho-fogo.
O Bicho-Papão parece ter outros parentes bem próximos. A Cabra-Cabriola é outro monstro de contos populares brasileiros. Tem dentes enormes e solta fogo pelos olhos, pela boca e pelo nariz. Mete medo nas crianças e não deixa que eles cometam travessuras. No folclore de João Pessoa, existe também o Mingusoto, um fantasma que amedronta as crianças.
Boiúna
Serpente muito escura que vive nos rios do Amazonas. Pode ganhar várias formas, como uma canoa ou um barco. Solta fogo pelos olhos e come pessoas. A lenda se confunde com a da Cobra-Grande. Na região do rio São Francisco, o monstro é conhecido como Minhocão, mas sem as adaptações transformistas. Pode ser tanto fluvial quanto subterrânea. Quando está debaixo da terra, ela vai solapando cidades, fazendo desmoronar as casas.
Bruxa
No folclore goiano, a bruxa é a última das 7 filhas de um casal que não foi batizada pela irmã mais velha. Ela se transforma em coruja e, à noite, entra pelo telhado e pelas janelas para atacar as crianças. Bebe pinga e pia forte.
Caboclo D'Água
Criatura monstruosa que habita as águas do rio São Francisco, no Nordeste, e tem domínio sobre as águas e os peixes. É conhecido também como Pai dos Peixes e Terror dos Barqueiros. Quem pesca só para o sustento, o Caboclo d' Água deixa em paz. Mas o pescador que enche a rede e não devolve os peixes excedentes precisa enfrentá-lo. Ele vira as embarcações dos inimigos e eles nunca voltam mais do fundo.
Aparece à tardinha ou em noites de luar. Para evitar seus ataques, quem viaja sozinho deve fincar uma faca no fundo da canoa. Recomenda-se também oferecer fumo.
Capelobo
Animal monstruoso, com corpo de homem, todo peludo, e focinho de anta ou de tamanduá. Sai à noite para rondar os acampamentos e barracões do interior do Maranhão e do Pará, devorando cães e gatos recém-nascidos. Só pode ser morto com um tiro na região do umbigo. Dizem que é a versão indígena do lobisomem.
Carrancas
Os barqueiros do Alto São Francisco costumam colocar em suas embarcações curiosas figuras de proa que se tornaram tradicionais com seu estilo grotesco e original, fisionomias leoninas e humanas ao mesmo tempo.
Cavalo de Três Pés
Animal que aparece nas encruzilhadas de estradas desertas durante a noite, correndo, dando coices e voando. Não tem cabeça e uma das patas dianteiras, mas possui asas. Quem pisar em suas pegadas será bastante infeliz. Existe também o Cavalo Fantasma, que ninguém vê, mas o sente pelas passadas firmes e por uma luz clara que ele emana. Segundo a lenda, costuma passear por algumas ruas de Angra dos Reis (RJ).
Chupa-Cabra
O primeiro caso de um animal encontrado morto e mutilado em circunstâncias misteriosas foi em setembro de 1967, na cidade de Denver, nos Estados Unidos. Oito anos depois, uma onda de casos foi registrada em Porto Rico, no distrito de Moca.
Como os animais apareciam sem sangue, os jornais criaram a figura do Vampiro de Moca. Em 1995, mais mutilações misteriosas aconteceram em Porto Rico e México.
Ovelhas, bois, cabras, cachorros, galinhas e gansos apareciam mortos com feridas, através das quais haviam sido extraídos órgãos internos, como o coração e o fígado.
Em todos os casos, os animais eram encontrados quase sem sangue. O jornalista porto-riquenho Arnaldo Garcia passou a apresentar relatos e depoimentos em seu programa. Como a maior parte dos animais mortos eram cabras, Garcia inventou o nome chupa-cabra. Veterinários investigaram alguns casos e os atribuíram a cachorros do mato e pequenas onças.
As histórias do Chupa-Cabra começaram a chegar ao Brasil em 1996, mas o fenômeno só ganhou as manchetes no ano seguinte, na cidade paulista de São Roque.
Dama de Branco
Assombração que aparece aos garimpeiros do rio das Garças (MT). Ela passeia à noite pelas estradas e desaparece na sombra de uma curva do caminho. Vê-la é um sinal de sorte. Em alguns países da Europa, a aparição da Dama de Branco anunciava a morte de um príncipe-soberano ou um acontecimento notável.
ET de Varginha
Na noite de 19 de junho de 1996, um casal que morava a 10 quilômetros de Varginha, em Minas Gerais, disse ter visto um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) esfumaçado sobrevoando o pasto. No dia seguinte, 3 garotas garantem ter visto um ET agachado junto a um muro. Segundo elas, o alienígena tinha pele marrom, veias saltadas, olhos enormes vermelhos e crânio grande, com 3 protuberâncias. Os ufólogos da cidade afirmam que o ser espacial teria sido capturado pelas autoridades. Depois teria passado por 2 hospitais e, morrido, teria sido levado para autópsia em Campinas, em São Paulo. As autoridades negaram tudo.
Exu
É o diabo na tradição afro-brasileira. Quem deseja conseguir alguma coisa, faz antes um despacho para Exu não atrapalhar. Por isso, ele também é chamado de homem das encruzilhadas. O bode, o galo e o cachorro são animais sacrificados a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto.
Huenique Haripona
Entre os indígenas da Floresta Amazônica, o Huenique Haripona é um espírito vampiresco de personalidade dupla. Primeiro, ele fica igualzinho àquele que escolheu como vítima. Mata o escolhido, sugando-lhe todo o sangue. Aí toma o seu lugar e mata, um a um, todos os membros da sua família. Só o poder dos pajés consegue afastar essa terrível criatura.
Ilha do Medo
Recoberta por um emaranhado de restinga e cercada por grandes manguezais retorcidos, a Ilha do Medo tem uma aparência aterrorizante. E lendas fantásticas e histórias verídicas se mesclam para justificar sua fama. Por causa de seu total isolamento, foi utilizada para exílio forçado de doentes de lepra no século XVII e como destino de doentes terminais de cólera na epidemia de 1855. Dezenas de vítimas, a maior parte escravos, foram enterradas em valas comuns na areia. Embora fique a menos de 4 quilômetros de Itaparica, nada nunca deu certo ali. Passada de mão em mão, ela teve todos os empreendimentos fracassados e seus proprietários terminarem falidos ou envolvidos em histórias trágicas.
Ninguém sabe exatamente quando o lugar começou a ser considerado maldito. Uma das lendas mais difundidas, porém, culpa um padre que teria se recusado a celebrar uma missa em Itaparica, mesmo tendo sido pago antecipadamente pelo serviço.
Amaldiçoado pelos moradores, ele teria naufragado diante da ilha e se transformado num fantasma condenado a expiar sua heresia pela eternidade. Em certas noites, dizem que ele surge da bruma e convida os pescadores a assistir à missa que desgraçadamente não quis rezar em vida.
Ipupiara
É um dos mais antigos mitos indígenas. Trata-se de um monstro misterioso que habita o fundo das águas e persegue os pescadores, os mariscadores e as lavadeiras. Para matar, ele abraça a vítima tão forte que a deixa em pedaços.
Jurupari
Espírito indígena que invade a casa das pessoas à noite e provoca pesadelos em quem está dormindo. Segundo os índios, ele segura a garganta das pessoas para que elas não gritem de medo enquanto ele as faz ter sonhos horríveis.
Labatut
É um monstro com forma humana, antropófago, que vive na fronteira do Ceará e do Rio Grande do Norte. Ele mora, segundo os cidadãos mais antigos da região, no fim do mundo e todas as noites percorre as cidades para saciar a fome. Ele gosta mais de crianças, porque são menos duros que os adultos. Os pés são redondos; as mãos, compridas; os cabelos longos. Tem o corpo como o de um porco-espinho, só um olho na testa e dentes iguais a presas de elefante.
Loira do Bonfim
Na década de 1950, a Loira do Bonfim colocou a cidade de Belo Horizonte em pânico. Por volta das 2 da madrugada, ela conquistava os boêmios no ponto do bonde no centro, em frente a uma drogaria. Dizia que morava no Bonfim e que queria um programa. Ninguém resistia a seu convite. Ela levava suas vítimas para o cemitério do Bonfim. Assustados com a lenda, motorneiros e cobradores dos bondes se recusavam a trabalhar de noite.
Mão-de-Cabelo
Em Minas Gerais, existe a lenda do Mão-de-Cabelo, uma espécie de entidade fantástica, com jeito de espantalho, que atormenta crianças que fazem xixi na cama. Na mesma região, um fantasma chamado Chibamba assusta crianças que choram.
Mãozinha-Preta
Assombração que surgiu em São Paulo. Pequenina mão negra aparece sem mais nem menos andando pelo ar. Às vezes, ajuda no serviço da casa, com muita rapidez.
Outras vezes, fica brava e sai perseguindo, puxando e beliscando pessoas. Como era negra, ela não costumava castigar os escravos.
Mapinguari
Uma espécie de preguiça gigante extinta há 8.500 anos. Segundo as lendas indígenas, a criatura de quase 2 metros ainda habita as matas do Pará, Amazonas e Acre. É semelhante ao homem, mas todo coberto de pelos, que o tornam invulnerável às balas (exceto na região do umbigo). Segundo a lenda, ela é inimiga de caçadores de animais da floresta Amazônica. Ao capturá-los, devora apenas as suas cabeças.
Matintapereira
Pequena coruja que canta à noite para anunciar a morte de uma pessoa. Faz parte da mitologia tupi. Pode ser também uma mulher grávida que abandona o feto com que lhe nega fumo para seu cachimbo.
Mulher de Duas Cores
Nas estradas da divisa entre Minas Gerais e São Paulo, uma assombração feminina aparece durante o dia. Veste sempre roupas de duas cores, que podem ser branco e preto, azul e vermelho ou azul e amarelo. Não fala e não canta. Apenas cruza a estrada com passos leves, sem colocar o calcanhar no chão.
Mulheres do Pontal
O vapor inglês Harlingen afundou em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, em 1906. Diz-se que ele trazia para o Rio de Janeiro várias mulheres holandesas quando foi surpreendido pelo mau tempo. Muitos dizem que os pescadores socorreram as belas mulheres e deixaram morrer toda a tripulação masculina. Outros contam que não houve sobreviventes e nas noites de lua cheia mulheres claras como o luar aparecem caminhando pelas pedras do Pontal.
Negrinho do Pastoreio
O negrinho vaqueiro perdeu um cavalo baio e foi cruelmente torturado e morto pelo patrão, que depois o atirou em carne viva sobre um formigueiro. Resgatado por Nossa Senhora, é tido como o protetor das pessoas que tenham perdido algo. É um mito muito popular na região sul.
Onça-Boi
Trata-se de mais um animal fantástico do folclore amazônico. É uma onça pintada que tem as patas como um boi. Elas andam sempre em casal. Quando um seringueiro consegue subir em uma árvore para escapar, uma onça monta guarda, enquanto a outra vai comer e dormir. E assim os dois vão se revezando até o homem se esgotar e cair da árvore. Então, ele será devorado.
Papa-Figo
Terrível monstro do folclore pernambucano. Tinha orelhas de morcego, unhas de gavião e dentes de vampiro. Andava esfarrapado e sujo. Matava meninos e meninas mentirosos para chupar seu sangue e comer seu fígado. O Papa-Figo acreditava que estes eram os únicos remédios capazes de curar a lepra, uma doença muito comum no início do século XX, que lhe destruía aos poucos.
Pé-de-Garrafa
É um monstro que assombra o sertão. Por onde passa, deixa pegadas redondas, que lembram o fundo de uma garrafa. Vive nas matas e solta gritos amedrontadores.
Multiplicado em várias direções, eles atordoam e enlouquecem quem os ouve. Os caçadores acabam perdidos para sempre.
Pinto Pelado
Pinto depenado, esquelético e horroroso. Invade as casas, derrubando tudo, fazendo bagunça e zombando dos moradores. Em São Paulo, tem a forma de um galo depenado e é conhecido como Domingos Pinto Colchão. Persegue as pessoas avarentas e lhes rouba tudo.
Porca dos Sete Leitões
No folclore paulista, é a alma penada da mãe que provocou o aborto de fetos que correspondem ao número de porquinhos que a acompanham. Ela persegue maridos que ficam na rua fora de hora.
Tupã
Entre os índios tupi, ele é o senhor dos raios e das tempestades, capaz de destruir uma maloca, um homem ou toda uma plantação com uma simples faísca.
Zumbi
É um dos nomes que se dá aos mortos-vivos, humanos condenados a assombrar alguns lugares em que viveram depois de sua morte. Pode ser também um negrinho (às vezes confundido com o Saci), que é companheiro de Caipora em Sergipe. Gosta de pedir fumo e bate em quem não o satisfaz. É pequeno, anda pelado. Procura as crianças que vão apanhar frutas silvestres, para desnorteá-las.
O QUE ABRANGE O FOLCLORE
Um pouco diferente da mitologia, que sempre envolve deuses e deusas e tem mais relação com as religiões, o folclore é contado e recontado pela oralidade popular e representa a sabedoria do povo.
O folclore inclui mitos, lendas, contos populares, brincadeiras, provérbios, adivinhações, orações, maldições, encantamentos, juras, xingamentos, gírias, apelidos de pessoas e de lugares, desafios, saudações, despedidas, trava-línguas.
Também inclui festas, encenações, artesanato, medicina popular, danças, música instrumental, canções (inclusive as baladas e canções de ninar).
A lista do que é folclore ainda inclui gestos, a maneira de chamar a atenção que usam os vendedores de rua, os símbolos, as receitas de comidas, os motivos dos bordados, alguns tipos de cercas e de casas e até mesmo maneiras de chamar e dar comandos aos animais, porque todas essas manifestações são muito próprias de cada cultura e diferem de região para região.
Principais manifestações folclóricas:
BUMBA-MEU-BOI - Auto ou drama pastoril que por tradição é representado durante o período natalino, como sobrevivência das festividades cristãs medievais, em que o culto do boi se fazia uma homenagem ao nascimento de Cristo. De tradição luso-ibérica do século XVI, nasceu dos escravos e pessoas agregadas aos engenhos e fazendas.
PASTORIL - Festa de origem portuguesa, onde "pastoras" vestidas de azul e encarnado, apresentam diante do presépio em atitude de louvor ao Menino Jesus. Representado durante o Natal.
REISADO - De origem ibérica, é caracterizada por um grupo de pessoas que se reúne para cantar e louvar o nascimento de Cristo. Os praticantes personificam a história dos gladiadores romanos, dos três reis magos e a perseguição aos cristãos. A época principal de exibição são as festividades natalinas, sobretudo no período dos Santos Reis, e o local é de preferência diante de uma lapinha ou presépio. O enredo mais autêntico é registrado em Juazeiro do Norte.
CANINHA VERDE - Dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar. Apresenta também elementos de outros folguedos, tais como: casamento matuto (quadrilha junina), mestres e a formação de cordões (pastoril).
DANÇA DO COCO - Surgiu nos engenhos de açúcar, entre os negros existentes no Ceará. Nasceu da cantiga de trabalho, ritmada pela batida das pedras quebrando os frutos, transformando-se, posteriormente, em dança, surgindo uma variedade de temas e formas de coco (coco de praia, do qual participa apenas o elemento masculino, e o coco do sertão, dançando aos pares, homens e mulheres). Dançado em roda, numa forma rítmica altamente contagiante e sensual.
MANEIRO PAU - Surgiu na região do Cariri na época do cangaço. Caracteriza-se por uma dança cujo entrechoque dos cacetes e o coro dos dançarinos produzem a musicalidade e a percussão necessárias. No Crato, o grupo de Maneiro Pau associado à Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto realiza a dança com características dramáticas. É representado nos sítios, subúrbios e pés-de-serra do Crato e cidades vizinhas por ocasião de comemorações diversas.
FOLIA DE REIS - Originalmente, festa popular dedicada aos Três Reis Magos em sua visita ao Deus Menino. É caracterizada por um grupo de pessoas que visitam amigos ou conhecidos, a partir do dia 2 de janeiro ou nas vésperas dos Reis (5/1). Nas visitas eles cantam e dançam versos alusivos à data, ao som de instrumentos e solicitam alimentos e dinheiro. É tradicional utilizar a arrecadação para a ceia no dia de Nossa Senhora das Candeias (2 de fevereiro). A visita noturna tem mais graça quando se torna uma surpresa.
TORÉM - Dança indígena originária dos descendentes dos índios Tremembé, nativos do povoado de Almofala, no distrito de Itarema, o Torém surgiu por volta do século XVIII no Ceará. É simples e imitativa da fauna local, tendo como ponto alto o momento em que é servido o "mocororó", uma bebida fermentada do caju, bastante forte. O espetáculo é de grande plasticidade.
DANÇA DE SÃO GONÇALO - Como parte integrante da bagagem cultural do colonizador lusitano, a dança que integrava o culto a São Gonçalo do Amarante, bastante popular em Portugal, foi introduzida no Brasil, sendo, talvez, um dos ritmos mais difundidos do catolicismo rural brasileiro. No município de São Gonçalo do Amarante a dança é realizada durante a festa do santo padroeiro e apresentada em nove jornadas, num ambiente de muita fé e animação. São Gonçalo é o protetor dos violeiros e das donzelas casamenteiras.
MARACATU - De origem africana, consiste num desfile de reis. Apresenta-se em forma de cortejo carnavalesco que baila ao som de instrumentos de percussão, acompanhando uma mulher que na extremidade de um bastão conduz uma bonequinha ricamente enfeitada - a calunga. A dança se dá em passos lentos e cadenciados.
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