Simples pescadores até o final do século 13, os portugueses começaram a constituir sua marinha no alvorecer do século 14, tendo por mestres os genoveses.
“O grande impulso que conduziu a frota de Pedro Álvares Cabral de Lisboa a Calicute, na Índia - e o levou a descobrir o Brasil no meio do caminho - foi apenas um pequeno, ainda que reluzente, movimento na grande sinfonia que configura o processo de expansão ultramarina dos portugueses ao redor do planeta. Para muitos historiadores, é justamente a "abertura" do mundo desencadeada pelos navegadores de Portugal que estabelece, mais que o advento da imprensa ou a queda de Constantinopla, o legítimo início da Era Moderna. Ao se aventurarem "por mares nunca dantes navegados", os portugueses derrubaram os mitos da geografia arcaica e provaram, com adorável arrogância, que o ciclo do saber não estava fechado a sete selos.
Sua aventura marítima foi o primeiro processo humano de dimensões planetárias. Simples pescadores até o final do século 13, os portugueses começaram a constituir sua marinha no alvorecer do século 14, tendo por mestres os genoveses. Em 1415, sob o comando de D. João I, a frota portuguesa alçou-se em sua primeira investida militarista e conquistou Ceuta, no Marrocos. Seria o marco inicial de uma aventura expansionista que, pelos dois séculos seguintes, estendeu o domínio português pelos sete mares e pelos cinco continentes. A obra de D. João I teve continuidade com seu filho, o infante D. Henrique (foto), que vislumbrou nos oceanos o futuro de Portugal.
Em 1420, navegadores formados na escola de D. Henrique (re)descobriram a ilha da Madeira. Em 1434, Gil Eanes venceu o cabo Bojador, no Saara espanhol. Em 1445 foi descoberto o Cabo Verde e, em 1487, Bartolomeu Dias atingiu o limite da África, dobrando o Cabo das Tormentas, rebatizado da Boa Esperança. Em 1498, Vasco da Gama, enfim, desvendou a rota da Índia.
Mais tarde os portugueses chegariam à China e ao Japão. Lisboa se tornou, então, uma cidade cosmopolita, cujos estaleiros viviam em febril atividade e as ruas eram percorridas por astrônomos judeus, banqueiros genoveses, cartógrafos catalães, marinheiros italianos e mercadores holandeses. A capital de Portugal se tornava também a capital do mundo.”
Fonte: Eduardo Bueno/Zero Hora
FONTE: Cemepe.
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