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22 de agosto de 2011

O dono do país

Ao fechar um contrato de exclusividade para a exploração do pau-brasil, em 1502, o cristão-novo Fernão de Noronha arrendou o país por três anos.
“Durante 10 anos o Brasil teve um dono. Ao fechar um contrato de exclusividade para a exploração do pau-brasil, em 1502, o cristão-novo Fernão de Noronha arrendou o país por três anos, à frente de um consórcio de judeus conversos. O acordo teria sido renovado em três ocasiões.

As obrigações do cartel eram: explorar o pau-brasil, defender a terra contra a cobiça de espanhóis e franceses, estabelecer uma feitoria, explorar 900 léguas (5,9 mil quilômetros) de litoral e pagar um quinto dos lucros à Coroa.
Em 1503, Noronha armou sua primeira expedição, descobriu a ilha que hoje tem seu nome e iniciou a exploração do pau-de-tinta. Noronha, ou Loronha, agente dos judeus alemães Függer (monopolistas do cofre), era um rico armador nascido em Astúrias, na Espanha, que enviava frotas à Índia e possuía uma rede internacional de negócios, com sede em Londres. Durante uma década, foi o proprietário do Brasil.
Paus e Juros
 
O pau-brasil foi o primeiro monopólio estatal do Brasil: só a metrópole podia explorá-lo (ou terceirizar o empreendimento). Seria, também, o mais duradouro dos cartéis: a exploração só foi aberta à iniciativa privada em 1872, quando as reservas já haviam escasseado brutalmente. Exploração não é o termo: o quer houve foi uma devastação, com a derrubada de 70 milhões de árvores. Como que confirmando a vocação simbólica, o pau-brasil, em setembro de 1826, para o pagamento dos juros de primeiro empréstimo externo tomado pelo Brasil.
Ao deparar com o Tesouro Nacional desprovido de ouro, D. Pedro I enviou à Inglaterra 50 quintais (três toneladas) de toras de pau-brasil para leiloá-las em Londres. A esperança do imperador de saldar a dívida com o "pau-de-tinta" esbarrou numa inovação tecnológico advento da indústria de anilinas reduzira em muito o valor da árvore-símbolo do Brasil. Os juros foram pagos com atraso. Em dinheiro não em paus.”

Fonte: Eduardo Bueno/Zero Hora

FONTE: Cemepe.

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