1-Definição
de Atendimento Educacional Especializado
0 atendimento
educacional especializado nas salas de recursos multifuncionais se caracteriza
por ser uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao
longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela
escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais
especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
O atendimento
educacional especializado constitui parte diversificada do currículo dos alunos
com necessidades educacionais especiais, organizado institucionalmente para
apoiar, complementar e suplementar os serviços educacionais comuns. Dentre as
atividades curriculares específicas desenvolvidas no atendimento educacional especializado
em salas de recursos se destacam: o ensino da Libras, o sistema Braille3 e o
Soroban4, a comunicação alternativa, o enriquecimento curricular, dentre
outros.
Além do atendimento
educacional especializado realizado em salas de recursos ou centros
especializados, algumas atividades ou recursos devem ser disponibilizados
dentro da própria classe comum, como, por exemplo, os serviços de tradutor e
intérprete de Libras e a disponibilidade das ajudas técnicas e tecnologias
assistivas, entre outros.
Nesse sentido, o atendimento educacional especializado não pode ser confundido
com atividades de mera repetição de conteúdos Programáticos desenvolvidos na
sala de aula, mas deve constituir um conjunto de procedimentos específicos
mediadores do processo de apropriação e produção de conhecimentos.
2-Objetivo
Geral:
Apoiar os professores
que têm na sala comum alunos com necessidades educativas especiais, bem como
atender esses na sala para aprimorar o seu processo de ensino aprendizagem,
sanando dificuldades das séries anteriores.
3-Objetivos Específicos:
ü Auxiliar
os professores em busca de alternativas para realizar um bom trabalho os alunos
com NEE.
ü Atender
individualmente os alunos com NEE para melhorar o seu desempenho em sala de
aula.
ü Identificar
as potencialidades de cada aluno.
ü Realizar
um trabalho coletivo com todo grupo escolar para que se efetive a inclusão.
ü Produzir
recursos pedagógicos considerando as necessidades específicas dos alunos.
ü Promover
ações educativas com vários setores.
4-Justificativa:
Tendo em vista que estamos recebendo cada vez mais alunos com necessidades
educativas especiais e que na Constituição Federal de 1988, o artigo 205 prevê
o direito de todos à educação e o artigo 208 prevê o atendimento educacional
especializado, e a inclusão escolar, fundamentada na atenção à diversidade, exigindo
mudanças estruturais nas escolas comuns e especiais viu-se a necessidade de
duas professoras iniciarem o curso de capacitação e todos os demais professores
da escola cursarem uma pós-graduação na área. Também por termos a oportunidade
de recebermos do MEC uma sala multifuncional para o Município.
5 - Referencia Teórico:
Segundo o Art. 205 da Constituição, a educação é um direito de todos e dever do
Estado e da família; será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Já no Art. 206, diz
que o ensino será ministrado com base no princípio de igualdade de condições
para o acesso e permanência na escola.
A escola é o meio mais favorável para a educação de todas as pessoas. Na
riqueza do convívio com a diversidade é que há o verdadeiro crescimento.
Nunca o tema da inclusão esteve tão presente no dia-a-dia da educação. Cada vez
mais professores estão percebendo que as diferenças não só devem ser aceitas,
mas também acolhidas como subsídio para a construção do cenário escolar. E não
se trata apenas de admitir a matrícula dessas crianças, isso nada mais é do que
cumprir a lei. O que devemos fazer é oferecer serviços complementares, adotar
práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto pedagógico, rever
posturas e construir uma nova filosofia educativa. Aprender a conviver com as
diferenças é um crescimento pessoal, um passo nas relações interpessoais.
A Declaração de Salamanca, 1994, afirma que todas as crianças tem necessidades
e aprendizagens únicas, tem direito a ir à escola de sua comunidade, com acesso
ao Ensino Regular, e os Sistemas Educacionais devem implementar programas,
considerando a diversidade humana e desenvolvendo uma pedagogia voltada para a
criança.
“Escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes
de combater atitudes discriminatórias criando comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.”
Declaração
de Salamanca – 1994
Com o objetivo de tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a
permanência de todos os alunos, sem distinção social, cultural, étnica, de
gênero ou em razão de deficiência e características pessoais, o Ministério da
Educação implementa uma política de inclusão que pressupõe a reestruturação do
sistema educacional. Atendendo as necessidades educacionais especiais e respeitando
seus direitos, a Sala de Recursos Multifuncionais favorecerá o processo de
inclusão educacional, trabalhando com alunos em turno inverso ao ensino regular
à que estão matriculados, orientando pais e professores.
De acordo com o Parecer CNE/CEB número 17/2001:
[...] Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar podem
apresentar necessidades educacionais especiais, e seus professores em geral
conhecem diferentes estratégias para dar respostas a elas. No entanto, existem
necessidades educacionais que requerem, da escola, uma série de recursos e
apoios de caráter mais especializados que proporcionem aos alunos meios para o
acesso ao currículo.
Além das competências que os professores necessitam para proporcionar uma
educação de qualidade para todos, muitas vezes, são necessárias ajuda técnicas
ou equipamentos específicos (Tecnologias Assistivas) para atender às
necessidades educacionais especiais, bem como a atuação conjunta de outros
profissionais na promoção da acessibilidade.
A utilização das Tecnologias Assistivas (TA’s) para o “apoderamento” do aluno
com necessidades educacionais especiais, possibilitando ou acelerando o seu
processo de aprendizado, desenvolvimento e inclusão social é uma maneira
concreta de neutralizar as barreiras causadas pela deficiência e inserir esse
indivíduo nos ambientes ricos para a aprendizagem, proporcionados pela cultura.
A inclusão do aluno deficiente, com altas habilidades e superdotado na escola
regular.
A Educação Inclusiva trouxe questões a serem debatidas, desestabilizou,
desacomodou, criou situações que nos fez pensar e perceber que, mesmo sem
alunos visivelmente deficientes dentro da sala de aula, havia alunos excluídos.
Tentar encontrar soluções para que todos tenham sua chance de aprender e buscar
atender as necessidades individuais de cada um, nada mais é do que sonhar com a
escola de qualidade para todos.
... Uma sociedade inclusiva vai bem além de garantir apenas espaços adequados
para todos. Ela fortalece as atitudes de aceitação das diferenças individuais e
de valorização da diversidade humana e enfatiza a importância do pertencer, da
convivência, da cooperação e da contribuição que todas as pessoas podem dar
para construírem vidas comunitárias mais justas, mais saudáveis e mais
satisfatórias. (SASSAKI, 1997, p. 164)
Uma escola inclusiva ajuda a quebrar o ciclo da exclusão, permite a permanência
das crianças nas suas comunidades, melhora a qualidade do ensino para todos,
supera a discriminação e promove uma inclusão mais ampla, permitindo acesso,
permanência, qualidade e equidade.
A escola que submete seus alunos a uma avaliação padronizada, fabrica
hierarquias e gera preconceitos. Como afirma Perrenoud (2000, p. 22):
...o fracasso escolar não é a simples tradução
lógica de desigualdades tão reais quanto naturais. Não se pode pura e
simplesmente compará-lo a uma falta de cultura, de conhecimentos ou de
competências. Essa falta é sempre relativa a uma classificação, ela própria
ligada a formas e a normas de excelência escolar, a programas, a níveis de
exigência, a procedimentos de avaliação.
Julgamentos de "deficiência", "retardamento",
"privação cultural" e "desajustamento social ou familiar"
são todas construções culturais elaborados por uma sociedade de educadores que
privilegia uma só fôrma para todos os tipos de “bolos”. E geralmente a forma da
fôrma de bolo é determinada pelo grupo social com mais poder na dinâmica da
sociedade. Não é raro se ver dentro do ambiente escolar a visão estereotipada
de que crianças vivendo em situação de pobreza e sem acesso à livros e outros
bens culturais são mais propensas a fracassar na escola ou a requerer serviços
de educação especial. Isto porque essas crianças não cabem na fôrma construída
pelo ideal de escola da classe media, ou ainda, porque essas crianças não
aprendem do mesmo jeito ou na mesma velocidade esperada por educadores e
administradores. Estereótipos pervadem a prática pedagógica e são resultados da
falta de informação e conhecimento que educadores e administradores tem a
respeito da realidade social e cultural, como também do processo de
desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças atendidas pelas escolas.
A prática de classificar e categorizar crianças baseado no que estas crianças
não sabem ou não podem fazer somente reforça o fracasso e perpetua a visão de
que o problema está no indivíduo e não em fatores de metodologias educacionais,
currículos e organização escolar. Aceitar e valorizar a diversidade de classes
sociais, de culturas, de estilos individuais de aprender, de habilidades, de
línguas, de religiões e etc, é o primeiro passo para a criação de uma escola de
qualidade para todos.
O projeto de Educação Inclusiva não pode ser encarado como mero modismo, pois a
reflexão sobre o tema vem se consolidando diante da necessidade de
ressignificar a educação. Temos que fazer uma revisão conceitual da idéia que
temos da pessoa com deficiência, com altas habilidades ou superdotada. Estas
individualidades não definem o sujeito, apesar de serem permanentes, precisamos
“ver” além da deficiência ou da alta habilidade, perceber a “pessoa” e tratá-la
com tal.
É a partir do reconhecimento e valorização da
diversidade que se torna possível incorporar nos sistemas de ensino, nas redes
municipais e estaduais, a idéia de que não é admissível manter os padrões de
desigualdade verificados no Brasil. Somente com a valorização da diferença é
possível reduzir a desigualdade. (DIFERENTES DIFERENÇAS: Educação de qualidade
para todos. Dez, 2006.)
Tenho ouvido muitos professores a respeito de inclusão, suas angústias, dúvidas
e incertezas. Esta inquietação é o primeiro passo para buscar a mudança,
revisar suas metodologias e repensar o objetivo maior da educação. Sabemos que
não é fácil abrir mão de antigos conceitos, mas precisamos romper essas
barreiras, pois já sabemos dos benefícios da Escola Inclusiva, não apenas para
aquele que possui necessidades educacionais especiais, mas para todos, que
crescem com a diversidade e, certamente, serão pessoas melhores no futuro.
...Vygostsky sempre combateu uma proposta de
formação de grupos com igualdade nos perfis, particularmente quanto a critérios
de desempenho intelectual e acadêmico. Para ele, seria através dos variados
contornos individuais que as trocas psicossociais se tornariam enriquecedoras e
contribuiriam para o crescimento de cada um no grupo. (INCLUSÃO. Revista da
Educação Especial. Ago, 2006)
Precisamos tomar, com firmeza, uma posição diante do tema inclusão, não apenas
no ambiente escolar, mas de forma totalitária. É prioritária uma outra visão de
desenvolvimento, orientada pela idéia da democracia, do respeito às
individualidades, da eqüidade e da justiça social. Somente desta forma, podemos
contribuir de maneira efetiva para alguma mudança nas políticas públicas que
assegure educação de qualidade para todos como um direito universal da
sociedade brasileira. Incluir é uma questão ética.
Conforme Pires (2006, p. 30):
... Participar do processo de inclusão dos
excluídos da nossa sociedade, além de revelar nossa atitude de educadores face
às pessoas com necessidades educativas especiais e perante a sociedade, tal
atitude expressa uma função teleológica voltada para o aperfeiçoamento ético e
moral dos indivíduos nessa reconstrução social.
A inclusão deve ser percebida como uma responsabilidade coletiva da comunidade
escolar. Nesta perspectiva, todos são responsáveis pelo êxito ou fracasso
escolar de cada aluno. O corpo docente, e não cada professor deverá partilhar a
responsabilidade do ensino ministrado a crianças com necessidades educativas
especiais.
A educação inclusiva melhora a qualidade de ensino para todos, atua como
impulsionadora das mudanças das práticas educacionais nas escolas, desafiando
os professores a desenvolverem novas metodologias para a participação ativa que
beneficie todos os alunos.
O que é Sala de Recursos Multifuncionais?
As pessoas com necessidades educacionais especiais têm assegurado pela
Constituição Federal de 1988, o direito à educação (escolarização) realizada em
classes comuns e ao atendimento educacional especializado complementar ou
suplementar à escolarização, que deve ser realizado preferencialmente em salas
de recursos na escola onde estejam matriculados, em outra escola, ou em centros
de atendimento educacional especializado. Esse direito também está assegurado
na LDBEN – Lei nº 9.394/96, no parecer do CNE/CEB nº 17/01, na Resolução
CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, na lei nº 10.436/02 e no Decreto nº
5.626, de 22 de dezembro de 2005.
O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de garantir que sejam
reconhecidas e atendidas as particularidades de cada aluno com deficiência,
altas habilidades ou superdotado. Este pode ser em uma Sala de Recursos
Multifuncionais, ou seja, um espaço organizado com materiais didáticos,
pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às
necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte
necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu
acesso ao conhecimento. Esse atendimento deverá ser paralelo ao horário das
classes comuns. Uma mesma sala de recursos, conforme cronograma e horários pode
atender alunos com deficiência, altas habilidades/superdotação, dislexia,
hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades educacionais
especiais.
...uma nova gestão dos sistemas educacionais prevê a prioridade de ações de
ampliação do acesso à Educação Infantil, o desenvolvimento de programas para
professores a adequação arquitetônica dos prédios escolares para a
acessibilidade. Preconiza também a organização de recursos técnicos e de
serviços que promovam a acessibilidade pedagógica e nas comunicações aos alunos
com necessidades educacionais especiais em todos os níveis, etapas e
modalidades da educação. (ALVES, 2006, p. 11).
Os princípios para organização das salas de
recursos multifuncionais partem da concepção de que a escolarização de todos os
alunos, com ou sem necessidades educacionais especiais, realiza-se em classes
comuns do Ensino Regular, quando se reconhece que cada criança aprende e se
desenvolve de maneira diferente e que o atendimento educacional especializado
complementar e suplementar à escolarização pode ser desenvolvido em outro
espaço escolar.
Freqüentando o ensino regular e o atendimento especializado, o aluno com
necessidades educacionais especiais tem assegurado seus direitos, sendo de
responsabilidade da família, da Escola, do Sistema e da sociedade.
AS Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 2001, em
seu artigo 2° orientam que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os
alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para
uma educação de qualidades para todos”. (Alves, 2006, p.11)
O atendimento educacional especializado constitui parte diversificada do
currículo dos alunos com necessidades educacionais especiais, organizado
institucionalmente para apoiar, complementar e suplementar os serviços
educacionais comuns. Dentre as atividades curriculares específicas
desenvolvidas no atendimento educacional especializado em salas de recursos se
destacam: o ensino de Libras, o sistema Braille e o soroban, a comunicação
alternativa, o enriquecimento curricular, dentre outros.
Esse atendimento não pode ser confundido com reforço escolar ou mera repetição
dos conteúdos programáticos desenvolvidos na sala de aula, mas devem constituir
um conjunto de procedimentos específicos mediadores do processo de apropriação
e produção de conhecimentos.
Os alunos atendidos na Sala de Recursos Multifuncionais são aqueles que
apresentam alguma necessidade educacional especial, temporária ou permanente.
Entre eles estão os alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
atividades curriculares, os alunos com dificuldades de comunicação e
sinalização diferenciadas dos demais, os alunos que evidenciem altas
habilidades/superdotação e que apresentem uma grande facilidade ou interesse em
relação a algum tema ou grande criatividade ou talento específico. Também fazem
parte destes grupos, os alunos que enfrentam limitações no processo de
aprendizagem devido a condições, distúrbios, disfunções ou deficiências, tais
como: autismo, hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, deficiência
física, paralisia cerebral e outros.
O professor da Sala de Recursos Multifuncionais deve atuar, como docente, nas
atividades de complementação ou suplementação curricular específica que
constituem o atendimento educacional especializado; atuar de forma colaborativa
com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagogias que
favoreçam o acesso do aluno com necessidades educacionais especiais ao
currículo e a sua interação no grupo; promover as condições de inclusão desses
alunos em todas as atividades da escola; orientar as famílias para o seu
envolvimento e a sua participação no processo educacional; informar a
comunidade escolar a cerca da legislação e normas educacionais vigentes que
asseguram a inclusão educacional; participar do processo de identificação e
tomada de decisões acerca do atendimento às necessidades especiais dos alunos;
preparar material específico para o uso dos alunos na sala de recursos;
orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possam ser utilizados
pelos alunos nas classes comuns do ensino regular; indicar e orientar o uso de
equipamentos e materiais específicos e de outros recursos existentes na família
e na comunidade e articular, com gestores e professores, para que o projeto
pedagógico da instituição de ensino se organize coletivamente numa perspectiva
de educação inclusiva.
Também, na Sala de Recursos Multifuncionais, devem estar à disposição dos
alunos um arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou
ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente
promover vida independente e inclusão, que são chamadas de Tecnologias
Assistivas.
A contribuição das Ajudas Técnicas e das
Tecnologias Assistivas para a aprendizagem.
Os alunos com necessidades educacionais especiais são aqueles que durante o
processo educacional, apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem ou
limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das
atividades curriculares; dificuldades de comunicação e sinalização diferenciada
dos demais alunos demandando a utilização de linguagens e códigos aplicados; ou
altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os levam
a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Estes alunos precisam ter seus direitos assegurados, direito de serem tratados
como diferentes-iguais, ou seja, diferente na sua individualidade, na sua
condição de deficiente, com altas habilidades ou de superdotado, iguais por
interagir, relacionar-se e competir em seu meio com recursos proporcionados
pelas adaptações de acessibilidade a que se dispõe.
Para possibilitar ou facilitar o acesso à comunicação e a informação as pessoas
deficientes foram criadas Tecnologias Assistivas que, segundo o isso 9999, são
qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizado por
pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente
disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência,
incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia à pessoa com deficiência.
De acordo com Alves (2006, p. 18):
...a lei n° 10.098/00, que trata das normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida, dispôs que o poder público promoverá a
supressão de barreiras urbanísticas, arquitetônicas, de transporte e de
comunicação, mediante ajudas técnicas. Na regulamentação da lei, o art. 61 do
Decreto n°. 5.296/04 definiu: “consideram-se ajudas técnicas os produtos,
instrumentos e equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados
para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistiva”.
São consideradas Tecnologias Assistivas desde artefatos simples, como uma
colher adaptada até sofisticados programas especiais de computador que visam à
acessibilidade.
Muitas vezes a adaptação de recursos é feita de maneira natural, de acordo com
a necessidade e, principalmente porque alguém se preocupou em buscar soluções
rápidas que possibilitassem a inclusão. Como uma classe que teve suas pernas
serradas para diminuir de altura e ficar ao alcance de uma criança cadeirante
ou um mapa contornado com cola colorida para que um aluno deficiente visual
pudesse sentir. Estes recursos artesanais, pesquisados e desenvolvidos pelos
próprios professores ou pais, podem fazer a diferença entre poder ou não
estudar junto com seus colegas.
As Tecnologias da Informação e da Comunicação vem se tornando, cada vez mais,
instrumentos de inclusão, uma vez que viabilizam a interação do sujeito com o
mundo.
Há uma grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que podem ser
utilizados para o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais ou até na sala
de aula regular, entre eles destacam-se: os jogos pedagógicos que valorizam os
aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento de estratégias de lógica e
pensamento; os jogos adaptados, como aqueles confeccionados com simbologia
gráfica, utilizada nas pranchas de comunicação correspondentes à atividade
proposta pelo professor; livros didáticos e paradidáticos impressos em letra
ampliada, em Braille, digitais em Libras, livros de histórias virtuais, livros
falados; recursos específicos como reglete, punção, soroban, guia de
assinatura, material para desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora,
caderno de pauta ampliada, mobiliário adaptados e muitos outros.
As Ajudas Técnicas e Tecnologias Assistivas que serão utilizadas têm que partir
de um estudo minucioso das necessidades e potencialidades de cada um. Pois têm
a finalidade de atender o que é específico dos alunos com necessidades
educacionais especiais, buscando recursos e estratégias que favoreçam seu
processo de aprendizagem, habilitando-os funcionalmente na realização de
tarefas escolares.
6-Metodologia:
Alunado:
-Pessoas com deficiência auditiva;
-Pessoa com deficiência física;
-Pessoa com deficiência mental;
-Pessoa com deficiência visual;
-Pessoa com múltiplas deficiência;
-Pessoa de condutas típicas;
-Pessoa com altas habilidades/superdotados.
7-Ingresso:
Para o ingresso na Sala Multifuncional o aluno deve:
-Estar matriculado e frequentando o Ensino Fundamental, na classe comum das
séries iniciais, podendo o serviço estender-se a alunos de escolas próximas nas
quais ainda não exista esse atendimento.
-Ter sido submetido à avaliação psicoeducacional, realizada
no contexto escolar e registrada em relatório próprio contendo direcionamento
pedagógico e indicação dos procedimentos adequados às necessidades educacionais
levantadas.
-Ter sido submetido a avaliação psicoeducacional
no contexto escolar, realizada inicialmente pelo professor da classe comum, com
apoio do professor especializado e/ou da equipe pedagógica da escola e,
complementada por psicólogo e outros profissionais(neurologista ou psiquiatra).
-Quando o aluno da Sala Multifuncional frequentar a classe comum em outro
estabelecimento, deverá apresentar relatório da avaliação pedagógica e
declaração de matrícula deste.
8-Organização:
O aluno deverá ser atendido individualmente ou em grupo de até 03 alunos
segundo cronograma preestabelecido.
O aluno deverá receber atendimento de acordo com as suas necessidades, uma (01)
vez por semana durante 4 horas diárias.
O horário de atendimento deverá ser em período contrário àquele em que o aluno
está matriculado na classe comum.
Os grupos de alunos em atendimento serão
organizados preferencialmente por faixa etária e/ou conforme necessidades pedagógicas
semelhantes.
O cronograma de atendimento deverá ser elaborado pelo professor da Sala
Multifuncional, junto com o professor da classe comum e equipe pedagógica da
escola, em consonância com a indicação dos procedimentos de intervenção
pedagógica que constam no relatório da avaliação psicoeducacional realizada no
contexto escolar.
O período para o encontro entre o professor da Sala Multifuncional, o professor
da classe comum e a equipe pedagógica da escola em que o aluno frequenta a
classe comum será nas reuniões pedagógicas.
O professor da Sala Multifuncional deverá realizar:
-o
controle de frequência dos alunos, em formulário próprio elaborado pela escola;
-contato periódico com o professor da classe
comum, com a equipe pedagógica da escola, com a família e com os profissionais
dos atendimentos complementares(psicológicos, psiquiatras, neurologistas, e
outros)para orientação e acompanhamento do desenvolvimento do aluno;
9. Perfil do professor
O professor da sala de recursos multifuncionais
tem como atribuições:
• atuar, como docente, nas atividades de complementação ou suplementação
curricular específica que constituem o atendimento educacional especializado
dos alunos com necessidades educacionais especiais;
• atuar de forma colaborativa com o professor da
classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso
do aluno com necessidades educacionais especiais ao currículo e a sua interação
no grupo;
• promover as condições para a inclusão dos alunos
com necessidades educacionais especiais em todas as atividades da escola;
• orientar as famílias para o seu envolvimento e a
sua participação no processo educacional;
• informar a comunidade escolar acerca da
legislação e normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional;
• participar do processo de identificação e tomada
de decisões acerca do atendimento às necessidades educacionais especiais dos
alunos;
• preparar material específico para uso dos alunos
na sala de recursos;
• orientar a elaboração de materiais
didático-pedagógicos que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns
do ensino regular;
• indicar e orientar o uso de equipamentos e
materiais específicos e de outros recursos existentes na família e na
comunidade;
• articular, com gestores e professores, para que
o projeto pedagógico da instituição de ensino se organize coletivamente numa
perspectiva de educação inclusiva.
10. Sugestões de Materiais e Recursos
Entre a grande variedade de materiais e recursos pedagógicos que podem ser
utilizados para o trabalho na sala de recursos multifuncionais, destacam-se:
•
jogos pedagógicos que valorizam os aspectos lúdicos, a criatividade e o
desenvolvimento de estratégias de lógica e pensamento. Os jogos e materiais
pedagógicos podem ser confeccionados pelos professores da sala de recursos e
devem obedecer a critérios de tamanho, espessura, peso e cor, de acordo com a
habilidade motora e sensorial do aluno. São muito úteis as sucatas, folhas
coloridas, fotos e gravuras, velcro, ímãs, etc;
• jogos pedagógicos adaptados para atender às
necessidades educacionais especiais dos alunos, como aqueles confeccionados com
simbologia gráfica, utilizada nas pranchas de comunicação correspondentes à
atividade proposta pelo professor, ou ainda aqueles que têm peças grandes, de
fácil manejo, que contemplam vários temas e desafios para escrita, cálculo,
ciências, geografia, história e outros;
• livros didáticos e paradidáticos impressos em
letra ampliada, em Braille, digitais em Libras, com simbologia gráfica e
pranchas de comunicação temáticas correspondentes à atividade proposta pelo
professor; livros de histórias virtuais, livros falados, livros de histórias
adaptados com velcro e com separador de páginas, dicionário trilíngüe: Libras/
Português/Inglês e outros;
• recursos específicos como reglete, punção,
soroban, guia de assinatura, material para desenho adaptado, lupa manual,
calculadora sonora, caderno de pauta ampliada, caneta ponta porosa,
engrossadores de lápis e pincéis, suporte para livro (plano inclinado), tesoura
adaptada, softwares, brinquedos e miniaturas para o desenvolvimento da
linguagem, reconhecimento de formas e atividades de vida diária, e outros
materiais relativos ao desenvolvimento do processo educacional;
• mobiliários adaptados, tais como: mesa com recorte, ajuste de altura e ângulo
do tampo; cadeiras com ajustes para controle de tronco e cabeça do aluno, apoio
de pés, regulagem da inclinação do assento com rodas, quando necessário;
tapetes antiderrapantes para o não descolamento das cadeiras.
11. RECURSOS HUMANOS:
Considerando a diversidade do alunado, os serviços de apoio especializados
deverão oferecer atendimento educacional com professor especializado,
complementado, quando necessário, por atendimento multiprofissional, visando
atender as necessidades do professor da equipe pedagógica, do aluno e de sua
família.
12. Aspectos Pedagógicos:
O trabalho pedagógico deve ser sistemático, mediante: trabalho em pequenos
grupos e/ou individualizado quando necessário, cronograma de atendimento com
vistas ao progresso global, adoção de estratégias funcionais na busca de
alternativas para potencializar o cognitivo, emocional, social, motor e / ou
neurológico.
O trabalho a ser desenvolvido na sala multifuncional deverá partir dosa
interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem específicos de cada
aluno, oferecendo subsídios pedagógicos, contribuindo para a aprendizagem dos
conteúdos na classe comum e , utilizando-se ainda, de metodologias e
estratégias diferenciadas.
O professor da sala multifuncional deverá apoiar e orientar o professor da
classe comum quanto as adaptações curriculares, avaliativas e metodológicas que
poderão ser desenvolvidas na d]sala de aula, a fim de um melhor atendimento aos
alunos com necessidades educativas especiais.
O trabalho desenvolvido na sala multifuncional deve oportunizar autonomia,
independência, e valorização das idéias dos alunos, desafiando-os a
empreenderem o planejamento de suas atividades.
A sala multifuncional é o local de apoio, estimulo ao crescimento,
desenvolvimento e busca do saber, não é local para realização de atividades de
reforço escolar.
A proposta pedagógica da sala multifuncional deve
levar em conta a complexidade e seriedade das necessidades do atendimento aos
alunos com doenças mentais, bem como dos aspectos referentes á prevenção,
reabilitação e a cooperação sistemática dos que intervém no processo, tais
como: o individuo, a família, a rede de serviços de saúde mental e a
comunidade.
O professor da sala multifuncional deverá elaborar um planejamento pedagógico
para cada aluno, de forma a atender as intervenções pedagógicas sugeridas na
avaliação de ingresso.
13 - Avaliação
O acompanhamento pedagógico do aluno deverá ser registrado semestralmente,
deverá ser registrado os avanços acadêmicos e situações que ocorreram nesse
período.
O aluno freqüentará a sala multifuncional pelo tempo necessário para a
superação das dificuldades e obtenção de êxito no processo de aprendizagem na
classe comum.
REFERÊNCIAS:
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atendimento educacional especializado. Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Especial. Brasília, 2006.
CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto
Alegre: Mediação, 2004.
FILHO, Teófilo Alves Galvão; DAMASCENO, Lucian Lopes. Tecnologias Assistivas
para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais. Inclusão:
Revista da Educação Especial, Brasília, v.1, p. 25-32, ago/2006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. BRASIL. Diferentes Diferenças: Educação de qualidade
para todos. São Paulo: Editora Publisher Brasil, 2006.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro. 6° ed. São
Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia Diferenciada: Das intenções à ação. Porto
Alegre. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de
Janeiro: WVA, 1997.
SIAULYS, Mara O. de Campos. Brincar para todos. Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial. Brasília, 2005.
EXTRAÍDO: